Publicado 17/01/2020 08:54 | Atualizado 17/01/2020 10:17
Rio - O secretário da Cultura Roberto Alvim publicou na noite de quinta-feira um vídeo, em sua conta no Twitter, no qual reproduz trechos de discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, sobre as artes. A citação provocou reações e indignação nas redes sociais durante a madrugada desta sexta-feira.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reagiu e pediu o afastamento de Alvim do cargo. "O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", escreveu.
O vídeo é um anúncio do Prêmio Nacional das Artes, lançado horas antes em live com a participação do presidente Bolsonaro.
Compare os trechos do discurso de Goebbels, com a de Alvim:
"A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o ministro de cultura e comunicação de Hitler em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro "Goebbels: a Biography", de Peter Longerich.
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.
Além dos trechos do pronunciamento, a estética e a trilha sonora escolhida também fez personalidades compararem a divulgação à propaganda nazista. A música de fundo, da ópera "Lohengrin", é uma obra que Hitler declarou ter sido decisiva em sua vida.
"A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o ministro de cultura e comunicação de Hitler em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro "Goebbels: a Biography", de Peter Longerich.
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.
Além dos trechos do pronunciamento, a estética e a trilha sonora escolhida também fez personalidades compararem a divulgação à propaganda nazista. A música de fundo, da ópera "Lohengrin", é uma obra que Hitler declarou ter sido decisiva em sua vida.
O nome de Goebbels está entre os assuntos mais comentados no Twitter, com repúdios à propaganda nazista.
O enquadramento do vídeo gravado, mostra um retrato do presidente Bolsonaro e uma cruz.
"A cultura é a base da pátria. Quando a cultura adoece, o povo adoece junto. E é por isso que queremos uma cultura dinâmica, mas ao mesmo tempo enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes", diz o secretário.
Reações:
O escritor e ideólogo do governo Olavo de Carvalho disse que Alvim pode não "estar bem da cabeça".
O historiador Luiz Antônio Simas disse que, possivelmente, é a primeira autoridade que cita Goebbels desde o fim da Segunda Guerra Mundial:
"Temos, sim, que promover uma RENOVAÇÃO completa da classe teatral brasileira. É o ÚNICO jeito de criarmos um RENASCIMENTO da Arte no Teatro nacional. Porque a classe teatral que aí está é radicalmente PODRE. E com gente hipócrita e canalha como eles, que mentem diariamente, deturpando os valores mais nobres de nossa civilização, propagando suas nefastas agendas progressistas, denegrindo nossa sagrada herança judaico-cristã, bom - com essa corja", disse à época.
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