Edmar Santos - Divulgação
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Por Edmar Santos*
A confirmação de casos do Novo Coronavírus (Covid-19) em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo precisa levantar no Brasil um debate capaz de envolver todas as esferas de poder, bem como a sociedade civil e a população de uma maneira geral. Em pauta, qual o papel de cada um para evitar a disseminação da doença respiratória, que se alastrou pela China e já está presente em mais de 70 países.

O mesmo questionamento pode ser feito quando o assunto é o combate ao sarampo, à gripe e às arboviroses (dengue, zika e chikungunya), cujos números de casos prometem se multiplicar nos próximos meses, segundo estudos de especialistas. Mais do que nunca, o poder público conta com o engajamento de todos. Nos dois primeiros casos, a vacinação é a melhor forma de prevenção (e neste sábado acontece o Dia D contra o Sarampo em todo o estado!); no terceiro, levantamento do Ministério da Saúde mostra que 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro dos lares. Ou seja, sem o apoio do cidadão nesses casos, não há política pública de saúde que sobreviva.

É dever das autoridades sanitárias mobilizar todo o seu corpo técnico para tentar conter surtos, epidemias e, quiçá, pandemias. Governos federal, estadual e municipal precisam caminhar lado a lado, sempre pensando na coletividade, o que, nestes casos, significa a saúde da população e o bem-estar comum. É inadmissível qualquer falha por omissão neste momento, pois qualquer descuido pode ser fatal.

No caso específico do Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está mobilizada desde janeiro, quando definiu seu plano de contingência, para evitar um possível surto do Novo Coronavírus em território fluminense. Representantes da SES vêm se reunindo com diversos profissionais do Ministério da Saúde, rede privada, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), além de autoridades da Justiça, Defesa Civil, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros. O objetivo é traçar estratégias e ações de enfrentamento.

Por outro lado, a população também tem sua parcela de responsabilidade nesse desafio. O ditado propagado nas ruas garante que “é melhor prevenir do que remediar”. São ações de prevenção: proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos; lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir; evitar ambientes com muita aglomeração; e utilizar álcool em gel nas mãos.

Entretanto, caso surjam sintomas como febre, tosse ou falta de ar, é de vital importância que todas as pessoas, sem exceção, procurem uma unidade de saúde aos primeiros sintomas da doença e sigam as orientações dos profissionais de saúde.

Portanto, para sarampo, gripe e arboviroses, existem medidas eficazes para combatê-las. No caso do Novo Coronavírus, o mundo busca entender a nova doença, porém, medidas simples também podem evitar a contaminação. Se todos seguirem na mesma direção, ganha o cidadão, ganha a sociedade.

*Edmar Santos é secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro