Orientado a ficar em isolamento, Jair Bolsonaro cumprimenta manifestantes no Palácio do Planalto - Reprodução Twitter
Orientado a ficar em isolamento, Jair Bolsonaro cumprimenta manifestantes no Palácio do PlanaltoReprodução Twitter
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - Orientado a ficar em isolamento até refazer testes para o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro passou de carro ao lado de manifestantes no ato pró-governo deste domingo, na Esplanada dos Ministérios e, na volta, foi ao encontro de apoiadores no Palácio do Planalto.

Ele cumprimentou com a mão e tirou selfies com manifestantes que se aglomeraram em uma grande de proteção diante do Palácio do Planalto. Os apoiadores de Bolsonaro gritavam contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e pediram o fechamento do Congresso Nacional.

Bolsonaro saiu do Palácio do Alvorada pouco depois do meio-dia sem falar com a imprensa e apoiadores que o aguardavam na portaria. O comboio presidencial passou ao lado dos manifestantes pró-governo na Esplanada dos Ministérios. O carro com Bolsonaro passou devagar, sem parar e sem aparecer. Ele continuou circulando pela capital até parar no Palácio do Planalto.

Na sede do governo, Bolsonaro desceu a rampa para cumprimentar os manifestantes. A participação dele no ato foi transmitida desde o início pelo Facebook.

Os manifestantes gritavam "Fora Maia" e um deles chegou a pedir que o presidente fechasse o Congresso Nacional. Os apoiadores também criticaram o presidente do STF, Dias Toffoli.

"Estamos juntos, presidente, fecha o Congresso", gritou um apoiador. Em determinado momento, Bolsonaro se aproximou da câmara do celular que fazia a transmissão para negar que a manifestação era um ato contra os demais poderes. No entanto, não falou isso diretamente para os apoiadores.

"Não é um movimento contra nada, é a favor do Brasil", disse Bolsonaro para câmera do celular. "Juntos podemos mudar o Brasil. Acredito nessa terra maravilhosa que Deus me deu", continuou.

No início, Bolsonaro acenou para os manifestantes do alto da rampa do Planalto. Em seguida, desceu e se aproximou. Primeiro, manteve distância, mas em seguida se aproximou e passou a tocar os manifestantes com a mão. Ele ainda pegava o celular das pessoas para fazer selfies. Em alguns momentos, chegou a colar o rosto ao de apoiadores para fazer fotos.

"Isso não tem preço. Não é um movimento contra nada, é a favor do Brasil", disse Bolsonaro na live. Durante a manhã, vídeos e fotos sobre as manifestações foram postadas no Twitter do presidente. Em uma delas, sem autoria, era possível ler faixas 'Fora Maia', em referência ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), 'Fora STF' e 'SOS Forças Armadas'. Bolsonaro identificava a imagem como sendo de Maceió, Alagoas. A foto foi apagada da conta de Bolsonaro.

O primeiro vídeo compartilhado por Bolsonaro mostra motoqueiros vestidos de verde e amarelo em Belém, no Pará, e foi publicado originalmente na conta do deputado federal Éder Mauro (PSD-PA), com a hashtag #BolsonaroDay. Num segundo vídeo, em que a cidade e a autoria das imagens não são identificadas, pessoas aparecem em jet skis empunhando bandeiras do Brasil. Outro vídeo mostra manifestantes no ato esvaziado em Brasília, onde a organização dos atos optou por promover uma carreta para evitar o contato próximo de pessoas.