Publicitária relatou que não encontra medicamento nem em farmácias de manipulação - Arquivo Pessoal
Publicitária relatou que não encontra medicamento nem em farmácias de manipulaçãoArquivo Pessoal
Por O Dia

Com o avanço da Covid-19, o esvaziamento das ruas contrasta com farmácias lotadas e as compras em massa esgotam os estoques. Desde a última quarta-feira, o novo alvo é a hidroxicloroquina, medicamento que, segundo artigo publicado na revista "Nature", poderia ser eficaz no combate ao novo coronavírus. Presente em remédios como Plaquinol, ela é usada no tratamento de doenças como artrite, lúpus e malária, e não há comprovação científica da eficácia da hidroxicloriquina no tratamento e na prevenção da Covid-19.

Na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) determinou que o medicamento deverá ser vendido apenas mediante prescrição médica e não recomenda utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus. 

 

Além disso, um estudo do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), avalia como "incerta" a eficácia e a segurança dos medicamentos em pacientes com Covid-19 e não recomenda o uso de rotina até que sejam devidamente avaliados seus efeitos. O uso da hidroxicloriquina no tratamento para o novo coronavírus também é criticado pela Apsen, fabricante do remédio.

Apesar das recomendações da Anvisa e do CNJ, o presidente Jair Bolsonaro divulgou no sábado, em vídeo publicado nas redes sociais, a decisão de utilizar o laboratório químico e farmacêutico do Exército para "imediatamente ampliar a produção do medicamento", medida tomada em parceria com o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Entretanto, na sexta-feira, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo já validou e tem capacidade de produção da hidroxicloroquina apenas para pacientes mais graves com a Covid-19.

 

 

O sofrimento além da Covid-19
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A corrida pela hidroxicloroquina nas farmácias também prejudica a saúde de quem deve fazer o uso diário do medicamento. Portadora de lúpus e com comprimidos para apenas nove dias, a publicitária Isabelle Telles Fernandes, de 26 anos, contou que não consegue encontrar o remédio em drogarias comuns e nem de manipulação e, por isso, iniciou uma campanha de doação nas redes sociais para não ter o tratamento afetado.
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"Eu tomo esse remédio desde os 18 anos, comecei a procurar nas farmácias desde ontem e não encontro em nenhum lugar. Estou desesperada, porque estão comprando sem ter sido comprovado totalmente. Vão curar o novo corona vírus, mas vão matar as pessoas com doenças autoimunes”, lamentou Isabelle. 
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