Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva para atualizar o boletim sobre o novo coronavírus - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva para atualizar o boletim sobre o novo coronavírusMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Saúde reforçou, nesta segunda-feira, a importância do isolamento social como estratégia de combate ao novo coronavírus. O secretário de vigilância sanitária da pasta, Wanderson Oliveira, afirmou que a tese de isolar só as pessoas dos grupos de risco só seria viável se não houvesse déficit de leitos e equipamentos no sistema de saúde.

Portanto, frisou o secretário, manter as pessoas em casa é fazer com que o sistema tenha condições de se preparar para os surtos. "O distanciamento social não é para impedir a transmissão. Equivoca-se quem acha que seja para isso. No distanciamento social o paciente é o sistema de saúde, não é a pessoa", disse.

O presidente Jair Bolsonaro vem criticando medidas de isolamento amplo ao afirmar que a estratégia prejudica a economia nacional. Ele contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O assunto é uma das divergências entre o mandatário e o seu auxiliar. Bolsonaro tem criticado a atuação de Mandetta nos últimos dias chegando a dizer que lhe faltava "humildade".

"A teoria do distanciamento social seletivo, em que eu abro o sistema para que populações jovens possam transitar, se infectar e criar com isso imunidade de rebanho, em teoria ela é razoável. Não tem problema do ponto de vista metodológico, desde que tivéssemos leitos, respiradores e equipamentos de proteção suficientes", afirmou o secretário. "O único instrumento de controle existente, possível e disponível é o distanciamento social".

Mandetta, não participou da entrevista coletiva nesta segunda-feira. Todo o corpo ministerial foi convidado para reunião no Palácio do Planalto com Bolsonaro. A entrevista durou menos de 40 minutos e as autoridades só responderam a duas perguntas de jornalistas.