Sergio Moro - Marcos Correa/PR
Sergio MoroMarcos Correa/PR
Por O Dia
Na manhã de hoje, Sérgio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Ex-juiz pediu para sair do cargo depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerou Maurício Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal, sem aval de Moro.

O agora ex-ministro foi surpreendido ao saber da exoneração de Valeixo pelo Diário Oficial. Bolsonaro afirmou que preferia que ficasse no cargo alguém que fosse de sua confiança e pudesse lhe passar informações sobre operações da PF.

Além de não concordar com a decisão ou o propósito da substituição, Moro criticou ainda que não tem autoridade para trabalhar e que não tem “carta branca”, que lhe foi prometida pelo presidente quando foi convidado para liderar a pasta.

Após o anúncio, políticos usaram as redes sociais ou deram pronunciamentos em entrevistas sobre o pedido de demissão de Sérgio Moro.

No Twitter, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou no Twitter que Bolsonaro está “cavando sua cova” e pediu por impeachment. "É hora de falar. Pr está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil".

Na tarde de hoje, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou o twitter para opinar sobre a postura de Moro durante a coletiva. Ela aproveitou para alfinetar a postura do ex-juiz no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do tríplex: "Se o sr. Moro tivesse 10% da sinceridade que tentou transmitir na entrevista-delação contra Bolsonaro, seu ex-chefe, teria aproveitado e pedido desculpas ao povo brasileiro por todas as mentiras que contou sobre Lula".

A deputada Soraya Santos (PL) também opinou sobre a saída de Moro: "O Ministro Moro demonstrava grande atenção à bancada feminina e muita sensibilidade à questão da violência doméstica. Uma lástima esses atritos dentro do governo federal e a inoportuna instabilidade, num momento de pandemia que necessitava de todas as atenções, focos e esforços", encerrou. 

Pouco após a coletiva em que Moro confirmou pedido de demissão, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSL), demonstrou apoio. “Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre”, diz trecho, dando a entender um convite. "Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre".

Apesar de ser um apoiador do atual presidente, o pastor evangélico Silas Malafaia se posicionou contra a demissão de Sergio Moro. “Por acaso ele pediu demissão por nada? NÃO!”, disse. "MEU PRESIDENTE , POR FAVOR ! O senhor vem fazendo pressão junto a Moro pela demissão do diretor da PF , o q o delegado tem que fazer? O ser humano tem sua dignidade , apresentou seu pedido de demissão. Por acaso ele pediu demissão por nada ? NÃO ! Lhe apoio, ESSA AÍ NÃO".