Para alguns estados brasileiros, a adoção de medidas de isolamento social não é mais o suficiente para conter o avanço da Covid-19. No Maranhão, na região Nordeste, a Justiça determinou, na noite de quinta-feira, o lockdown na capital, São Luiz, e em mais três municípios da Região Metropolitana, durante dez dias. Lockdown é como se chama o isolamento total, com restrição de circulação de pessoas e veículos. Na terça-feira, São Luiz atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual.
No Rio, porém, apesar do iminente colapso das redes públicas de saúde, o lockdown não está na agenda. O isolamento total foi apontado pelo secretário de Saúde do estado, Edmar Santos, como uma alternativa viável para conter os casos da doença no Rio. Mas, tanto o governador, Wilson Witzel, quanto o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, não cogitam a adoção do modelo. "Prefiro ter certeza de que nossas medidas vão abaixar as curvas, nossos leitos vão trazer segurança e logo, logo a gente volta às nossas atividades", disse o prefeito.
O isolamento total, implementado em países como Espanha e Itália, permite aplicação de multas a quem sair de casa para atividades não-essenciais. O infectologista Marcos Lago alerta que o lockdown é bem mais sério que o isolamento social já adotado, mas pode 'desafogar' as redes de saúde. "Se começarmos agora, poderia significar que, em cenário otimista, a recuperação da rede de saúde aconteceria no fim de maio", disse.