Governador do Maranhão, Flávio Dino, mostra gráfico da Covid-19 - REPRODUÇÃO
Governador do Maranhão, Flávio Dino, mostra gráfico da Covid-19REPRODUÇÃO
Por O Dia

Para alguns estados brasileiros, a adoção de medidas de isolamento social não é mais o suficiente para conter o avanço da Covid-19. No Maranhão, na região Nordeste, a Justiça determinou, na noite de quinta-feira, o lockdown na capital, São Luiz, e em mais três municípios da Região Metropolitana, durante dez dias. Lockdown é como se chama o isolamento total, com restrição de circulação de pessoas e veículos. Na terça-feira, São Luiz atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual.

No Rio, porém, apesar do iminente colapso das redes públicas de saúde, o lockdown não está na agenda. O isolamento total foi apontado pelo secretário de Saúde do estado, Edmar Santos, como uma alternativa viável para conter os casos da doença no Rio. Mas, tanto o governador, Wilson Witzel, quanto o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, não cogitam a adoção do modelo. "Prefiro ter certeza de que nossas medidas vão abaixar as curvas, nossos leitos vão trazer segurança e logo, logo a gente volta às nossas atividades", disse o prefeito. 

O isolamento total, implementado em países como Espanha e Itália, permite aplicação de multas a quem sair de casa para atividades não-essenciais. O infectologista Marcos Lago alerta que o lockdown é bem mais sério que o isolamento social já adotado, mas pode 'desafogar' as redes de saúde. "Se começarmos agora, poderia significar que, em cenário otimista, a recuperação da rede de saúde aconteceria no fim de maio", disse.

 

Socorro ao sistema de saúde
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A adoção do lockdown no Rio ainda deve ser avaliada, mas não pode ser uma medida isolada. Para Daniel Soranz, especialista em saúde pública, o verdadeiro temor durante a pandemia ainda é o mesmo: o colapso do sistema de saúde. 
"Não adianta falar em lockdown, para as pessoas ficarem em casa, se a rede de saúde não se prepara para atender as pessoas. Não adianta anunciar que a população tem que usar máscara, mas não contratar profissionais de saúde para as unidades", frisa.
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Soranz aponta que, nesse momento, o Rio precisa focar na testagem da população para mapeamento do vírus e acelerar a liberação de leito e, sem essas informações, seria muito complicado adotar o lockdown.
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