Presidente Jair Bolsonaro - Gabriela Biló / Estadão Conteúdo
Presidente Jair BolsonaroGabriela Biló / Estadão Conteúdo
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - No dia seguinte ao recorde de mortes no Brasil pelo novo coronavírus - 881 somadas em 24 horas -, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o fim das quarentenas decretadas por governadores e pedir o distanciamento apenas de pessoas do grupo de risco, como idosos e quem apresenta outras doenças. "O povo tem de voltar a trabalhar. Quem não quiser trabalhar, que fique em casa, porra. Ponto final", disse o presidente nesta quarta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, sob aplausos e gritos de apoiadores.

Segundo balanço divulgado na noite de terça-feira, há 12.400 vítimas fatais da covid-19 no Brasil. O número de casos confirmados da doença no País é de 177.589, sendo que 72.597 estão curados.

Bolsonaro também atacou novamente governadores, especialmente João Doria (PSDB), de São Paulo. Ele afirmou que o governo federal já fez mais do que gestores estaduais pediram, ainda que secretários de saúde façam reclamações públicas sobre o atraso para entrega de praticamente todos os produtos essenciais ao combate ao vírus, como máscaras, luvas, respiradores, testes de diagnóstico e kits para instalação de leitos de UTI.

"Ficar em casa, para quem pode, legal, sem problema nenhum. Agora, para quem não tem condições, geladeira está vazia, três, quatro filhos chorando de fome, é desumano", disse Bolsonaro. "O governador de São Paulo (Doria) falou que é melhor isolamento do que o sepultamento. Quem ficar em casa parado vai morrer de fome Até o urso quando hiberna tem prazo para hibernar. Não podemos ficar hibernando em casa", completou. "Vai chegar um ponto que esse povo com fome vai vir às ruas", disse Bolsonaro.