Presidente Jair Bolsonaro - AFP
Presidente Jair BolsonaroAFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - A desaprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro chegou ao nível recorde de 43%, segundo pesquisa telefônica feita pelo instituto Datafolha no início desta semana e divulgada nesta quinta-feira. Essa é a parcela da população que considera a gestão ruim ou péssima. Já os que a veem como ótima ou boa são 33%.
Em relação à pesquisa anterior, feita há um mês, a desaprovação subiu cinco pontos porcentuais, mas a aprovação se manteve estável. Houve diminuição da parcela que vê o governo como regular, de 26% para 22%.
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O jornal "Folha de S. Paulo" também divulgou a pesquisa do Datafolha que analisou a avaliação da atuação do presidente Bolsonaro em relação ao combate à pandemia do coronavírus. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, aponta os seguintes percentuais:

- Ótimo ou bom: 27% (a última pesquisa também apontou 27%)
- Ruim ou péssimo: 50% (a última foi 45%)
- Regular: 22% (a última foi 25%)
- Não sabe: 1% (a última foi 3%)
O levantamento ouviu 2.069 pessoas maiores de idade na segunda e na terça-feira. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

A pesquisa foi realizada após a divulgação do vídeo da reunião ministerial em que Bolsonaro falou da necessidade de proteger sua família e que, segundo o ex-ministro Sérgio Moro, demonstrou ingerência indevida na Polícia Federal. Entre os que assistiram ao vídeo, a desaprovação ao governo ficou acima da média: 53%.

No segmento dos entrevistados que ganham mais de dez salários mínimos, as opiniões sobre o governo são mais extremadas: 49% o qualificam como ruim ou péssimo, e 42% o veem como bom ou ótimo. No meio do caminho, apenas 8% optam pela classificação de regular.

Mulheres

A divisão dos entrevistados por escolaridade mostra que a maior desaprovação ocorre entre os que têm curso superior: 56% - 20 pontos porcentuais a mais do que na faixa que cursou apenas o ensino fundamental.

Na divisão por gênero, a insatisfação com a gestão é maior entre as mulheres: 46%, em comparação com 41% entre os homens. Nas diferentes regiões, as maiores taxas de desaprovação estão no Nordeste (48%) e no Sudeste (45%).

O Datafolha fez as pesquisas por telefone para evitar abordagens pessoais, em razão da pandemia da covid-19. Como a metodologia é diferente, o instituto alertou que os dados devem ser analisados com cautela.