Rio - Em live exclusiva ao jornal O DIA, nesta quarta-feira (27/5), o pré-candidato a prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) afirmou que embora o país viva um ano econômico difícil, se ele for eleito não fará aumentos de impostos para enfrentar a queda de arrecadação. Pelo contrário. Paes afirmou que, na direção contrária a do prefeito Marcelo Crivella, que aumentou o IPTU, ele reduzirá o imposto em áreas da cidade que tiveram um reajuste que apontou como excessivo (em casos, disse, aumentos de até 10 vezes).

Ele citou bairros da Zona Oeste, como Campo Grande e Sepetiba, e da Zona Norte, como Méier e Irajá, entre outros. A entrevista foi feita pelo colunista político Sidney Rezende e pela jornalista Bruna Fantti. Esta foi a primeira de uma série de lives com os pré-candidatos a prefeito do Rio, que O DIA, em iniciativa pioneira, realizará.

Paes afirmou que governou a cidade por oito anos e não teve problemas: pagou servidores, fornecedores, e investiu. O pré-candidato rechaçou a crítica de quem diz que ele governou em período economicamente positivo, argumentando que o PIB sofreu quedas mais acentuadas nos anos de 2015 e 2016, quando ele administrava a cidade. Ele afirmou que há caminhos para contornar a queda de arrecadação, como a revisão de isenções, gerir melhor a dívida ativa e combater a sonegação.

- Vou botar o governo para funcionar. Crivella, que prometeu cuidar das pessoas, destruiu a vida das pessoas. Eu garanto que boto a prefeitura para funcionar.

Questionado se deixou a prefeitura sem dinheiro, como o prefeito Crivella já afirmou, Paes disse:

- Crivella é mentiroso. Não sou eu que estou dizendo, é o Tribunal de Contas. Deixamos R$ 500 milhões em caixa.

- Temos um prefeito que é incompetente, despreparado, que não ama o Rio de Janeiro. Chega de improviso, chega de teste. Precisa ter experiência.

Outro tema da entrevista foi como Paes atuaria no combate à covid. Ele afirmou que o principal é trabalhar em parceria com os governos estadual e federal, e que não vê isso acontecer.

- Estou pedindo que o governador e o prefeito conversem - disse, apontando que a cidade do Rio é a capital com maior número de mortos por cem mil habitantes.

Paes questionou por que gastar cerca de 120 milhões de reais para erguer hospitais de campanha se há 1.400 leitos disponíveis, em espaços como o de hospitais federais.

-Se for eleito, vou conviver com o governador Witzel, que me derrotou, vou conviver com o presidente Bolsonaro. 

 Paes também comentou o corte da subvenção das escolas de samba. Embora tenha dito que entende a redução em momentos de crise, criticou Crivella por "botar a população contra o carnaval, a principal festa e manifestação cultural da cidade", "que traz receitas e divisas", além de ganhos para a imagem do Rio.

 Perguntado se já tinha escolhido o companheiro de chapa e se ele poderia ser um político evangélico, Paes disse que não faz esse tipo de distinção.

- Tem que ser prefeito de todos, de evangélicos, de espíritas, de católicos. Sou católico, mas respeito todas as religiões. Não vou me pautar por este ponto [ao escolher o candidato a vice-prefeito].