Ex-procurador da República, Carlos Fernando Santos Lima - Facebook/Reprodução
Ex-procurador da República, Carlos Fernando Santos LimaFacebook/Reprodução
Por iG
São Paulo - Em entrevista veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo deste domingo, o ex-procurador da República, Carlos Fernando Santos Lima, um dos líderes da Lava Jato no começo da força-tarefa, afirmou que a associação do ex-juiz Sergio Moro com o governo de Jair Bolsonaro afetou a reputação da operação.
O ex-procurador fez duras críticas ao governo do atual presidente e disse que, antes mesmo de Moro assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, foi consultado pelo então juiz e mostrou preocupação. "Manifestei que eu tinha dificuldade com esse governo. Eu vejo que, num certo momento, ela custou muito caro para a Lava Jato", afirmou. Segundo Lima, a ida de Moro para a equipe de Bolsonaro provocou uma discussão política desnecessária.
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Para Lima, as atitudes de mandatário federal durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) são “genocidas” e o governo do presidente conservador contraria a constituição. “Eu acho que a solução em relação a Bolsonaro é o impeachment. Para mim, ele já cometeu crimes de responsabilidade muito maiores e mais graves que a Dilma”, disse.
Questionado sobre o trabalho do Procurador Geral da República, Augusto Aras, o ex-procurador afirmou que é "crítico" ao papel dele. "Antigamente existia isso de uma forma velada, mas, atualmente, é absurda a corrida para agradar Bolsonaro", afirmou. Ele considerou ainda a situação da PGR hoje como um "aparelhamento" em relação ao interesse das pessoas na cadeira do ministro Celso de Mello, que deve se aposentar ainda em 2020. Carlos Fernando Santos Lima foi um dos líderes da Operação Lava Jato em Curitiba, entre os anos de 2014 e 2018.