Movimentações mostram que Michele Bolsonaro recebeu, entre 2011 e 2016, 'parcelas' de Fabrício Queiroz  - Reprodução
Movimentações mostram que Michele Bolsonaro recebeu, entre 2011 e 2016, 'parcelas' de Fabrício Queiroz Reprodução
Por O Dia
Rio - Preso há 11 dias acusado de operar o esquema de "rachadinha" no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro e de obstrução da Justiça, o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz afirmou, durante seu primeiro depoimento á Polícia Federal (PF), que desconhece o suposto vazamento de informações da investigação no caso da "rachadinha".
O ex-assessor foi ouvido na tarde desta segunda-feira, na condição de testemunha, pelo delegado da PF do Rio Jaime Cândido. De acordo com informações do jornal O GLOBO, Queiroz negou te conhecimento de irregularidades sobre o assunto e disse que nunca teve informações antecipadas de investigações.
Publicidade
Queiroz disse à PF que foi ele próprio quem pediu para ser exonerado do cargo de assessor do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, negando a suspeita de que foi demitido por Flávio após ele ter obtido informações confidenciais de que seu então assessor seria alvo de investigações em curso devido a uma movimentação bancária incompatível. Como justificativa, ele disse que estava "cansado" de trabalhar como assessor.
Desde que o jornal O Estado de S. Paulo revelou as movimentações financeiras atípicas no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, no dia 6 de dezembro de 2018, Queiroz se recusava a depor presencialmente. Ele se limitou a enviar um depoimento por escrito no qual isenta o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro de culpa.
Publicidade
Rachadinha
A investigação do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) sobre o esquema de rachadinha está em estágio mais avançado. Há mais de um ano, em abril de 2019, os promotores conseguiram autorização da Justiça para fazer as primeiras quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Depois, em dezembro, chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão.
Publicidade
O juiz que autorizou as medidas cautelares, Flávio Itabaiana Nicolau, é o mesmo em cujas mãos está a função de decidir sobre o que for produzido no inquérito eleitoral.

O esquema investigado teria o ex-assessor Fabrício Queiroz como operador financeiro. Homem de confiança da família Bolsonaro, ele seria o responsável por receber de volta parte do salário dos funcionários do gabinete de Flávio. O senador nega todas as acusações de irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.