Trecho da sentença da juíza onde ela cita raça do réu Natan - Reprodução
Trecho da sentença da juíza onde ela cita raça do réu NatanReprodução
Por O Dia

A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, que mencionou a raça de um réu, Natan Vieira da Paz, de 42 anos, numa sentença de condenção, pediu "sinceras desculpas". Disse que a frase foi tirada de "um contexto maior".

"Peço sinceras desculpas se de alguma forma, em razão da interpretação do trecho específico da sentença, ofendi a alguém",escreveu em nota. Inês também disse que a condenação foi feita com base em provas e que "em nenhum momento" a cor do réu foi utilizada para concluir que o acusado pertence a uma organização criminosa.

"A linguagem, não raro, quando extraída de um contexto, pode causar dubiedades", escreveu. "Sinto-me profundamente entristecida se fiz chegar, de forma inadequada, uma mensagem à sociedade que não condiz com os valores que todos nós devemos diuturnamente defender".

No trecho da sentença em que condena Natan, a juíza escreveu: "Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente (sic)".Inês mencionou três vezes a raça do réu em trecho da sentença.

O documento afirma que o grupo fazia assaltos e roubava aparelhos celulares de vítimas nas Praças Carlos Gomes, Rui Barbosa e Tiradentes, no centro de Curitiba.A sentença da juíza é de junho e condena sete pessoas por organização criminosa e roubos. Natan foi condenado a três anos e sete meses de prisão, apenas pelo crime de organização criminosa. Segundo o texto, a pena foi elevada por causa da "conduta social" do réu.

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