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Por O Dia
Brasília - A covid-19 assola o país desde 26 de fevereiro e, neste sábado, conseguiu atingir mais uma triste marca, e ceifou mais de 150 mil vidas, segundo dados atualizados pelo consórcio de imprensa do Estadão, UOL, Folha, G1 e O Globo. O Brasil não comemora o feriado prolongado do Dia das Crianças, mas sente o luto de amigos e familiares que derramaram lágrimas de angústia e sofrimento distantes dos corpos que já carregaram amor e afeição - os enterros com distanciamento não são o suficiente para quem sente.
Linha do tempo covid-19 no Brasil - parte 1 - Francisco Silva / Arte: O Dia
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A doença chegou primeiro em São Paulo, quando um homem de 61 anos havia retornado de viagem à Itália, pico da doença à época. Ele ficou no país entre 9 e 21 de fevereiro, e foi a primeira pessoa que testou positivo para covid-19 no Brasil. Após a primeira confirmação, o novo coronavírus começou a se espalhar pelo estado - até a confirmação da primeira morte, em 12 de março. Depois das primeiras marcas letais, o Brasil seguiu ultrapassando desastrosas e alarmantes marcas tanto em casos quanto mortes, e não sem passar por discursos negacionistas vindos do Palácio do Planalto, e o descaso aparece em forma de palavra.
"Pelo meu histórico de atleta, seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho" foi a primeira fala oficial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após a notoriedade dos casos da doença no Brasil, em 24 de março. O descaso com as mortes persiste nos pronunciamentos seguintes, na porta do Palácio do Planalto. Em 20 de abril, o presidente que não era "coveiro", ao ser perguntado sobre o número de morte; já em 28 de abril, também sobre a mortalidade por covid, Bolsonaro dispara: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre".
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Linha do tempo covid-19 no Brasil - parte 2 - Francisco Silva / Arte: O Dia
Nos últimos meses, as marcas ultrapassadas alarmam. Em 3 de maio, foram confirmados 100 mil casos da doença no país e, em menos de dois meses, em 19 de junho, bateu a marca de 1 milhão de casos de covid-19. Segundo o último levantamento do consórcio de imprensa, neste sábado, o Brasil já tinha mais de 5 milhões de casos confirmados. A marca das 100 mil mortes, repleta de preocupação da sociedade, foi atingida em 8 de agosto.
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Além dos comentários relativizando a gravidade da doença, Bolsonaro também pregou o uso de um remédio sem comprovação científica contra a covid-19, a hidroxicloroquina. Em 21 de março, logo no começo da pandemia, Bolsonaro anunciou que o medicamento seria produzido em passa por laboratórios do Exército e apresentou o medicamento como eficaz contra a doença.
O Brasil também passou por constantes turbulências no ministério mais importante durante a pandemia: o da Saúde. Em 16 de abril, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta anunciou que havia sido demitido por Bolsonaro por contestar a recomendação indiscriminada de hidroxicloroquina. O próximo ocupante do cargo, Nelson Teich, ficou apenas um mês e, em 15 de maio, entregou o cargo, sem justificativas. Em 2 de junho, foi a vez do general Eduardo Pazuello assumir interinamente - primeiro sem formação técnica -, efetivado como ministro apenas em 14 de setembro.