
A reportagem teve acesso a um documento técnico do órgão, elaborado em outubro de 2016, que analisou profundamente os impactos para liberar a captura de sardinha dentro do Parque Nacional de Fernando de Noronha. O local é uma unidade de conservação administrada pelo ICMBio, daí o fato de ter uma série de regras de controle e respeito ao ambiente.
Neste estudo, a área técnica do ICMBio é objetiva ao se posicionar sobre a pesca de sardinha na ilha. "Não há motivação nos contextos de conservação da biodiversidade, econômico ou histórico de tradicionalidade que justifiquem a abertura da atividade." O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Nordeste, ligado ao ICMBio, é taxativo em sua conclusão. "A manifestação do Cepene é contrária a liberação da pesca no Parque Nacional de Fernando de Noronha."
O relatório justifica que "abrir exceção para a pesca da sardinha pode implicar precedente para maior pressão para liberação de outras pescarias, pressão essa que teve início no ano passado (2015), motivo de reunião no Ministério Público Federal em Brasília, quando foram discutidos vários aspectos em relação ao arquipélago".
Demanda
Em seu documento técnico, o ICMBio afirma que "a frota de barcos de pesca aumentou de forma descontrolada e irregular em Fernando de Noronha" e é permitida somente a permuta de embarcações, e não a entrada de outros barcos. "A população de Fernando de Noronha também cresceu descontroladamente nos últimos anos. A pesca já não era sustentável e in suficiente para abastecer a população até a década de 1990. Com o aumento da população da ilha, essa situação se agravou ainda mais", afirmam os técnicos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.