Tereza Cristina, Ministra da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoJosé Cruz/Agência Brasil
Por O Dia
Publicado 09/10/2020 14:37 | Atualizado 09/10/2020 14:42
Brasília - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse, nesta sexta-feira (9), durante uma audiência virtual do Senado, que "se tivesse mais gado no bioma, as queimadas e o desastre na região poderiam ter sido menores".
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Ainda de acordo com a ministra, "o gado é o bombeiro do Pantanal" porque o "fato de o boi comer capim seco e inflamável previne o alastramento do fogo". 
“O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado, que foi feita a troca, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível", disse Tereza Cristina. 
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O Pantanal vem sofrendo com as queimadas e a área atingida até o momento neste ano chega a quase 33 mil km², que equivale à soma do território do Distrito Federal e de Alagoas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No mesmo período do ano passado, a devastação causada pelo fogo chegava a 12.948 km². 
Entidades que atuam em defesa do Meio Ambiente se pronunciaram sobre a fala da ministra. Em nota, a organização não-governamental Greenpeace afirmou que o argumento da ministra foi "equivocado". "Diante de um cenário já previsto de seca severa, com focos de calor muito superiores à média desde março de 2019, não foram tomadas medidas efetivas de combate e prevenção aos incêndios, necessárias desde o primeiro semestre. Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade", diz a nota da ONG enviada à imprensa.