Ao iniciar sua fala, Pazuello lembrou que o início de qualquer campanha de vacinação depende, principalmente, de autorizações e registros – e que esses procedimentos são sujeitos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a laboratórios. "Falta concluir o anexo do cronograma de distribuição e imunização. Mas estamos com as previsões prontas", disse.
"O cronograma está sendo feito em cima das previsões que temos de entrega da AstraZeneca, da Pfizer e do Instituto Butantan. Mas estamos sujeitos à Anvisa e à entrega de laboratórios", acrescentou ao classificar o papel da agência, nesse processo, como a "grande defesa" que o país tem em meio a todo esse processo.
"Se somarmos esses números teremos cerca de 24,7 milhões de doses só em janeiro. É daqui a 30 dias. Não são daqui a seis meses. Para fevereiro, o Butantan aumenta para 22 milhões de doses, e a AstraZeneca se mantém em 15,2 milhões. Com isso, vai para 37,7 milhões de doses. Em março, outras 31 milhões de doses, e a partir dali se equilibra o número", detalhou.
Pazuello afirmou ainda que aplicar, comprar e distribuir vacinas sem garantias, é "expor a população" a riscos, mas que o Brasil tem se antecipado aos problemas, o que coloca o país em uma posição de “vanguarda” em termos de planejamento e de campanhas de vacinação.
Uso emergencial
Ele lembrou que, no caso da vacina russa, ela é aplicada antes que se termine a terceira fase de testagem. "Trata-se de uma decisão de Estado, apenas".
"A Pfizer também não quer ser julgada em tribunais brasileiros; não aceita ser questionada em nossos tribunais. Temos de assinar uma cláusula dizendo que ela só vai responder em tribunais internacionais. Não no Brasil", acrescentou.
Segundo ele, os contratos não previam também a entrega do diluente, nem a distribuição, o que inclui necessidades de armazenamento a uma temperatura de até 80 graus Celsius (ºC).
"Em uma segunda proposta, a Pfizer manteve as mesmas cláusulas de isenção de responsabilidade e de julgamento em tribunal internacional. E isso, pasmem, nós estamos pensando em aceitar. É uma realidade. Isso, claro, precisa passar pela decisão do governo e pela chancela do congresso", completou o ministro.