Publicado 15/12/2020 18:11 | Atualizado 15/12/2020 18:30
Em busca de um corpo considerado "perfeito", Dani Tennure, de 35 anos, decidiu, aos 24, aderir ao hidrogel. Na época, a modelo colocou 300 ml em cada glúteo de um produto que ela acreditava ser para preenchimento.
O sonho se tornou pesadelo quando, há cinco anos, os primeiros sinais de que o procedimento havia dado errado começaram. O bumbum da modelo começou a escurecer e a modelo sentiu dores leves no local. O ápice do problema aconteceu em janeiro deste ano, quando as dores se tornaram insuportáveis e Dani não conseguia mais sentar. Ao fazer a retirada, ela descobriu que a enfermeira que fez a aplicação cobrou o preço do hidrogel mas, na verdade, aplicou um outro produto nela.
Para saber a procedência do produto, a modelo precisaria fazer uma perícia, mas optou por não fazer. Em 2012, a enfermeira já havia sido presa na 64ª DP (São João de Meriti), acusada de aplicar o medicamento Metacrill ilegalmente. Em 2016, ela teve seu registro cassado por dez anos.
Na época em que começou a sentir dores, Dani procurou diversos profissionais, que não aceitavam fazer o procedimento por não serem capacitados. No final de janeiro, a modelo realizou a primeira cirurgia para a retirada do hidrogel, mas sem sucesso: "A primeira cirurgia não deu certo, meu glúteo abriu, fiquei três meses sem andar com uma ferida enorme", explica.
O hidrogel é um gel que tem em sua composição 98% de água e 2% de poliamida, utilizado no Brasil desde 2008. É usado para aumento de volume em regiões como o bumbum e as coxas. Existem riscos na aplicação, como o produto ser injetado perto de um vaso sanguíneo e comprimi-lo. Isso pode levar a uma isquemia, ou seja, a uma interrupção do fluxo de sangue, que pode ocasionar uma necrose da pele. Existe, também, o risco do produto comprimir um nervo importante, isso irá provocar dores fortes e, ainda, se for injetado dentro de um vaso sanguíneo, pode levar a uma trombose e à necrose da pele no local. Há ainda a possibilidade de uma embolia pulmonar ou até cerebral, causando a morte do paciente.
Ao longo do ano, a modelo precisou fazer mais duas intervenções de emergência para continuar a retirada do hidrogel. "Hoje já fiz um total de três cirurgias, mas ainda estou longe de estar curada, pois o produto não dá para tirar 100%. Além disso, fiquei com uma depressão bem forte no início do ano, quando me olhava no espelho e me sentia mutilada", explicou.
Problema parecido
Na época em que começou a sentir dores, Dani procurou diversos profissionais, que não aceitavam fazer o procedimento por não serem capacitados. No final de janeiro, a modelo realizou a primeira cirurgia para a retirada do hidrogel, mas sem sucesso: "A primeira cirurgia não deu certo, meu glúteo abriu, fiquei três meses sem andar com uma ferida enorme", explica.
O hidrogel é um gel que tem em sua composição 98% de água e 2% de poliamida, utilizado no Brasil desde 2008. É usado para aumento de volume em regiões como o bumbum e as coxas. Existem riscos na aplicação, como o produto ser injetado perto de um vaso sanguíneo e comprimi-lo. Isso pode levar a uma isquemia, ou seja, a uma interrupção do fluxo de sangue, que pode ocasionar uma necrose da pele. Existe, também, o risco do produto comprimir um nervo importante, isso irá provocar dores fortes e, ainda, se for injetado dentro de um vaso sanguíneo, pode levar a uma trombose e à necrose da pele no local. Há ainda a possibilidade de uma embolia pulmonar ou até cerebral, causando a morte do paciente.
Ao longo do ano, a modelo precisou fazer mais duas intervenções de emergência para continuar a retirada do hidrogel. "Hoje já fiz um total de três cirurgias, mas ainda estou longe de estar curada, pois o produto não dá para tirar 100%. Além disso, fiquei com uma depressão bem forte no início do ano, quando me olhava no espelho e me sentia mutilada", explicou.
Problema parecido
O caso de Dani é bem semelhante ao que Andressa Urach viveu em 2014. Na época, Andressa, com 27 anos, ficou internada em estado grave por causa de uma infecção causada pela aplicação da substância hidrogel nas coxas. Andressa precisou ser sedada e respirar com a ajuda de aparelhos. A substância foi aplicada na coxa da modelo juntamente com PMMA, outro produto injetável com microesferas de polimetilmetacrilato usado para preenchimentos.
Em um comunicado de 2018, a Anvisa esclareceu que o Hidrogel Aqualif é um produto especifico registrado na Anvisa para determinadas indicações, entre elas: eliminação de alterações faciais específicas da idade; eliminação da assimetria de tecidos moles faciais; aumento dos volumes de tecidos moles; correção do contorno de várias partes do corpo. Atualmente, o produto Hidrogel Aqualift não possui registro válido na Anvisa, pois o seu registro venceu em 31/03/2014.
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