Governadores de 17 estados pediram nesta sexta-feira (18) ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um ofício, a prorrogação por seis meses do estado de calamidade pública, decretado neste ano em função da pandemia de Covid-19 e previsto para ser encerrado em 31 de dezembro de 2020.
Assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da estratégia para a vacina contra a Covid-19 do Fórum Nacional de Governadores, o documento argumenta que, com a ampliação do estado de calamidade pública por 180 dias, o governo conseguirá manter o apoio dado neste ano para os cidadãos mais vulneráveis e dependentes de auxílios.
O ofício com participação de 17 governadores cita o aumento do número de casos da Covid-19 nas últimas semanas e a possibilidade desse quadro se agravar em breve, além da previsão de que a vacinação em massa deve demorar.
"Neste desafiador momento em que vivenciamos aumento do número de casos da doença, com elevação da taxa de transmissibilidade em várias regiões brasileiras, alto percentual de utilização de leitos clínicos e de terapia intensiva e crescimento diário do número de óbitos, faz-se necessário o reconhecimento de que o país ainda se encontra em estado de calamidade pública, tendo em vista que, de acordo com as estimativais atuais, apenas no final do primeiro semestre de 2021 teremos a imunização da população brasileira próximma de 70%", disseram os governadores no material, visto pela agência Reuters.
Segundo o governador do Piauí, responsável por assinar o ofício, ele foi enviado ainda aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O Ministério da Saúde e líderes do Congresso Nacional também receberam.
A ampliação da calamidade pública "garantiria continuidade das ações de proteção àqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social e que necessitam de auxílios", segundo o ofício.
Os 17 governadores que subscrevem o documento enviado a Bolsonaro, Maia, Alcolumbre, o Ministério da Saúde e líderes do Congresso são de Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe.