Carlos Alberto Santos Cruz - Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Carlos Alberto Santos CruzFabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Por IG - Último Segundo

Brasília - O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, disse que a relação entre Jair Bolsonaro (sem partido) e os políticos do Centrão é pouco sustentável e pode durar pouco. O general da reserva concedeu entrevista à Folha de São Paulo

"Na época em que buscava cativar os eleitores, ele falava barbaridades do Centrão. Tratava o grupo como uma aglomeração de pessoas que não tinham compromisso nenhum e só se preocupavam em preservar a própria impunidade. Agora, ele faz uma virada como essa aí. Há uma incoerência, e fica difícil estabelecer uma relação de confiança quando você faz esse tipo de coisa", disse à Folha.

"A verdade é que o governo não se preparou para fazer alianças. Negociação política não é crime. Mas você tem que negociar políticas públicas, não benefícios particulares. Na realidade, o que houve foi uma compra. Vão gastar bilhões de reais com as emendas dos parlamentares. Então não me parece uma coisa consistente, porque a influência do dinheiro é muito pesada. Uma negociação política desse tipo, para gerar confiança, precisa se sustentar em outros princípios, para produzir algo mais sólido".

Santos Cruz afirmou que ainda é incerto apontar as vantagens que Bolsonaro terá com o Centrão unido em torno do governo como base de apoio. Para ele, a reeleição do presidente pode ser um dos grandes projetos dessa aliança, de modo que dificulte a viabilização de processos de impeachment.

"Você tem uma perda de apoio popular do presidente, mas não tão significativa que leve a essa situação. As condições não existem neste momento", disse o general sobre a possibilidade de impeachment. Santos Cruz também disse que o afastamento de presidente "nunca é desejável" e que "o melhor para o país é o presidente eleito governar". 

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