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Gestor de Fisioterapia Respiratória do Hospital Icaraí e do Hospital e Clínica São Gonçalo, Leonardo Cordeiro é profissional de um setor geralmente pouco citado, e de importância fundamental para que o paciente de covid consiga manter-se respirando. A professora Claudia, por exemplo, cita a fisioterapia como um setor importantíssimo para que ela continuasse exercendo sua profissão após a covid.
"O principal aspecto desses pacientes é que eles têm uma queda da oxigenação de forma absurda, algo que nunca tínhamos visto antes. O fisioterapeuta dentro da UTI é o responsável direto pelo suporte ventilatório aos doentes. Depois que esse doente não tem resultado com a administração do oxigênio, usamos técnicas como catéter nasal de alto fluxo. Ou ventilação não-invasiva, que é o uso de um ventilador mecânico numa máscara facial. Ou a posição prona, que é colocar o paciente de cabeça para baixo", afirma Leonardo. "O fisioterapeuta faz todos os ajustes necessários para que o paciente fique vivo, respirando artificialmente. A prática dele é um ganho substancial para o paciente".
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Leonardo afirma que a maneira como os pacientes são recepcionados mudou bastante de março para cá. "A orientação era justamente que não usássemos a ventilação não-invasiva, porque países que haviam tido covid antes do Brasil não tiveram sucesso com ela. De março a maio, todos os pacientes eram entubados. A mortalidade era de quase 80%. Isso deixava as equipes muito aflitas", recorda. "Mas em maio adotamos os procedimentos não-invasivos e o panorama mudou sensivelmente".