O ministro da Saúde, Eduardo PazuelloTânia Rêgo/Agência Brasil
Por IG - Último Segundo
Publicado 08/02/2021 16:41 | Atualizado 08/02/2021 16:48

Tribunal de Contas da União (TCU) deu um prazo de 10 dias para que a Secretaria de Saúde de Manaus responda se houve pressão por parte do Ministério da Saúde para que a Cloroquina fosse receitada na capital amazonense — o remédio é comprovadamente ineficaz para o tratamento da covid-19.

"Informe se houve algum tipo de pressão por parte dos membros da força-tarefa do Ministério da Saúde quando da visita feita no dia 11/1/2021, para que essa unidade de saúde difundisse a utilização de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e/ou ivermectina no tratamento precoce dos pacientes com covid-19 nesse município", diz o ofício assinado pelo ministro Benjamin Zymler, do TCU. O documento foi assinado na última sexta-feira (5).

O documento tem como base um pedido de medida cautelar para que o Ministério da Saúde não incentive mais o uso de medicamentos ineficazes no tratamento da doença e nem gaste mais recursos para compra e produção desses fármacos.

O pedido, feito pelo subprocurador geral do MP/TCU Lucas Rocha Furtado, se baseia em informações divulgadas pela imprensa, de que o Ministério da Saúde teria enviado um ofício para a secretaria municipal pedindo autorização para que médicos fossem até as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade para difundir o chamado "tratamento precoce" da covid-19. 

O prazo para a resposta da secretaria de saúde de Manaus termina na próxima quinta-feira (11). O Ministério da Saúde recomenda o uso de cloroquina e azitromicina contra covid-19 desde maio de 2020. Em 18 de janeiro, porém, a posição da pasta mudou a orientação e, segundo Pazuello, não há recomendação para o do remédio.

"Eu nunca indiquei medicamentos a ninguém. Nunca autorizei o Ministério da Saúde a fazer protocolos indicando medicamentos", disse em entrevista coletiva. 

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