ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgam campanha mundial contra o presidente Jair BolsonaroRepórteres Sem Fronteiras
Por iG
Publicado 22/02/2021 13:53 | Atualizado 22/02/2021 13:59
São Paulo - Nesta segunda-feira (22), a ONG Repórteres Sem Fronteiras, lançou uma campanha em que defende o direito à informação honesta no Brasil após criticar o método do governo Bolsonaro de "disseminar desinformação sobre a pandemia" da covid-19. As informações foram apuradas pelo Jamil Chade, do Uol. 

Na propaganda, através de uma montagem, Bolsonaro é visto sem roupa segurando um cartaz em que o número de mortes e infectados pelo novo coronavírus no país é divulgado. O Brasil conta com cerca de 246 mil mortes e 10,1 milhões de contaminados pelo vírus. "A verdade nua", nome dado a ação da agência BETC Paris, ressalta a "importância crucial do jornalismo para garantir o acesso a informações confiáveis sobre a pandemia". 

 "Enquanto a covid-19 provoca estragos no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro contribui para aumentar o número de mentiras em circulação e segue atacando a imprensa - numa tentativa de esconder sua incapacidade de administrar a crise sanitária. A nova campanha da RSF no Brasil defende que se mostre "a verdade nua", a crua realidade dos fatos, para além de alegações fantasiosas ou manipuladoras", declara.  

A Organização relata que optou pela montagem com o intuito de mostrar ao presidente a "realidade nua e crua dos fatos, enquanto ele acusa a imprensa pelo caos instalado no país para desviar a atenção de sua desastrosa gestão da crise sanitária".

O Brasil, atualmente, ocupa a terceira posição dos países mais afetados pela pandemia e a principal ação da campanha é mostrar como é importante se manter informado sobre o momento atual do mundo, em que a população passa por uma pandemia e assim, com o conhecimento necessário, poder agir sobre ela. 

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a ong Repórteres Sem Fronteira criou uma campanha contra a desinformação utilizando Bolsonaro nu pic.twitter.com/oaG7D4OOny

— blessed bacon (@danilopaulodf) February 22, 2021

 "Essa campanha propositalmente chocante visa despertar as consciências a reagirem aos ataques permanentes do sistema Bolsonaro contra a imprensa. Os ataques não são apenas moralmente intoleráveis, mas também perigosos para a população brasileira que se vê privada de informações vitais sobre a pandemia. O trabalho dos jornalistas é fundamental para relatar os fatos e informar as pessoas sobre a realidade da crise sanitária. Mais do que nunca, o direito à informação, intimamente ligado ao direito à saúde, deve ser defendido no Brasil", analisa Christophe Deloire, Secretário-Geral da RSF. 

O secretário-geral da ONU, Antonio Gueterres, por meio de seu discurso de abertura no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, fez um alerta sobre líderes que propagam informações falsas na pandemia, no mesmo dia em que Bolsonaro vira principal alvo de ação. 

"O acesso à informação que salva vidas foi ocultado - enquanto que a desinformação mortal foi amplificada - inclusive por aqueles no poder", destacou Guterres. Mesmo sem citra nomes, nos bastidores, diplomatas acordaram que situação vista no Brasil é tida como referência no quesito preocupação. 

Segundo a RSF, o trabalho da imprensa brasileira se tornou mais complicado com a chegada do atual presidente, Jair Bolsonaro ao poder em 2018. "Insultos, difamação, estigmatização e humilhação de jornalistas passaram a ser a marca registrada do presidente do país", disse a ONG. 

 "Sempre que informações contrárias aos seus interesses ou aos de sua administração se tornam públicas, ele não hesita em atacá-los com violência. No final de janeiro, por exemplo, Jair Bolsonaro mandou os jornalistas para " a puta que o pariu " e afirmou que a lata de leite condensado era para " enfiar no rabo [...] da imprensa", recordou. 

"Essa declaração delirante faz parte de uma estratégia bem azeitada de ataques contra a imprensa coordenados pelo presidente e seus familiares que ocupam cargos eletivos, conforme apresentado pelo relatório da RSF que lista nada menos que 580 ataques apenas em 2020", aponta a ONG. 

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