Publicado 25/02/2021 17:07 | Atualizado 25/02/2021 17:08
São Paulo - O Ministério Público Eleitoral apresentou à Justiça nesta quinta-feira, 25, uma denúncia contra o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), pelo suposto recebimento de mais de R$ 16 milhões do Grupo JBS entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. O pessedista é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, caixa 2 eleitoral e associação criminosa.
O documento foi formalizado na esteira do relatório entregue pela Polícia Federal com a conclusão do inquérito aberto para apurar relatos de propinas por executivos do conglomerado em delação premiada. As investigações foram tocadas pelos promotores Fábio Bechara, Everton Zanella, Luiz Ambra, João Santa Terra e Rodrigo Caldeira.
O irmão do ex-ministro, Renato Kassab, e o ex-tesoureiro do PSD nacional, Flavio Castelli Chuery, também foram denunciados sob suspeita de participação na operacionalização dos pagamentos.
De acordo com o Ministério Público, os valores foram repassados através de contratos falsos com simulação de serviços entre as empresas do Grupo J&F e a Yapê Assessoria e Consultoria LTDA, que seria controlada pelo ex-ministro, 'em razão de sua função, antes e depois de assumi-la'.
"A denúncia está inserida nas relações de interesse do Grupo J&F com agentes políticos dos Poderes Legislativo e Executivo, agentes públicos, Bancos Públicos e Fundos de Pensão, desde o ano de 2006, com o objetivo de assegurar boas relações, bem como viabilizar a captação de recursos para o financiamento dos seus projetos de implantação e expansão, em diferentes ramos de atividade da economia", diz um trecho da denúncia.
Além da condenação, os promotores pedem a reparação dos danos morais difusos na ordem dos R$ 16,5 milhões supostamente movimentados pelo grupo.
COM A PALAVRA, O EX-MINISTRO
A reportagem entrou em contato com a assessoria do ex-ministro e aguarda resposta. Na teça-feira, 22, quando ele foi indiciado, foi enviada a seguinte nota ao blog:
"A respeito das informações veiculadas, a defesa esclarece que já apresentou farta documentação que demonstra, de forma cabal e inequívoca, que houve a real e efetiva prestação dos serviços, com valores adequados e compatíveis com os praticados no mercado, executados mediante relação contratual entre empresas privadas. Os valores foram regularmente recebidos em decorrência de uma atividade empresarial lícita que não guarda relação com eventuais funções públicas, nem com atividade político partidária exercidas. Vale destacar que os contratos, lícitos e regulares, foram celebrados nos anos de 2013 e 2014, período em que o ex-prefeito estava na iniciativa privada e não ocupava cargo público, e que ele se afastou do quadro societário antes de voltar a assumir cargos públicos em 2015, não tendo recebido quaisquer valores relacionados a esses contratos após meados de 2014. Todas as doações recebidas pelo PSD seguiram a legislação vigente à época e o posicionamento do partido nas eleições de 2014 foi definido em convenção, com votação dos membros de sua Executiva Nacional. O ex-prefeito reafirma a lisura de seus atos e sua total confiança na Justiça e no Ministério Público, com a certeza de que restará comprovada a correção de todos os atos apurados."
O documento foi formalizado na esteira do relatório entregue pela Polícia Federal com a conclusão do inquérito aberto para apurar relatos de propinas por executivos do conglomerado em delação premiada. As investigações foram tocadas pelos promotores Fábio Bechara, Everton Zanella, Luiz Ambra, João Santa Terra e Rodrigo Caldeira.
O irmão do ex-ministro, Renato Kassab, e o ex-tesoureiro do PSD nacional, Flavio Castelli Chuery, também foram denunciados sob suspeita de participação na operacionalização dos pagamentos.
De acordo com o Ministério Público, os valores foram repassados através de contratos falsos com simulação de serviços entre as empresas do Grupo J&F e a Yapê Assessoria e Consultoria LTDA, que seria controlada pelo ex-ministro, 'em razão de sua função, antes e depois de assumi-la'.
"A denúncia está inserida nas relações de interesse do Grupo J&F com agentes políticos dos Poderes Legislativo e Executivo, agentes públicos, Bancos Públicos e Fundos de Pensão, desde o ano de 2006, com o objetivo de assegurar boas relações, bem como viabilizar a captação de recursos para o financiamento dos seus projetos de implantação e expansão, em diferentes ramos de atividade da economia", diz um trecho da denúncia.
Além da condenação, os promotores pedem a reparação dos danos morais difusos na ordem dos R$ 16,5 milhões supostamente movimentados pelo grupo.
COM A PALAVRA, O EX-MINISTRO
A reportagem entrou em contato com a assessoria do ex-ministro e aguarda resposta. Na teça-feira, 22, quando ele foi indiciado, foi enviada a seguinte nota ao blog:
"A respeito das informações veiculadas, a defesa esclarece que já apresentou farta documentação que demonstra, de forma cabal e inequívoca, que houve a real e efetiva prestação dos serviços, com valores adequados e compatíveis com os praticados no mercado, executados mediante relação contratual entre empresas privadas. Os valores foram regularmente recebidos em decorrência de uma atividade empresarial lícita que não guarda relação com eventuais funções públicas, nem com atividade político partidária exercidas. Vale destacar que os contratos, lícitos e regulares, foram celebrados nos anos de 2013 e 2014, período em que o ex-prefeito estava na iniciativa privada e não ocupava cargo público, e que ele se afastou do quadro societário antes de voltar a assumir cargos públicos em 2015, não tendo recebido quaisquer valores relacionados a esses contratos após meados de 2014. Todas as doações recebidas pelo PSD seguiram a legislação vigente à época e o posicionamento do partido nas eleições de 2014 foi definido em convenção, com votação dos membros de sua Executiva Nacional. O ex-prefeito reafirma a lisura de seus atos e sua total confiança na Justiça e no Ministério Público, com a certeza de que restará comprovada a correção de todos os atos apurados."
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