Crise humanitária: governador de Roraima pede ajuda do Exército para manter fronteiras fechadas
Crise humanitária: governador de Roraima pede ajuda do Exército para manter fronteiras fechadasAFP
Por iG
Boa Vista - Antonio Denarium, governador de Roraima, declara que teme que entrada de venezuelanos por rotas clandestinas seja o ponto principal para a rede de saúde do estado entre em colapso. De acordo com Denarium, há dias, cerca de 100 venezuelanos vêm entrando no estado por esses caminhos e que já pediu auxílio do Exército para conter a entrada dos imigrantes. A fronteira coma Venezuela se encontra fechada desde de março de 2020. 

Referência nos tratamentos contra o novo coronavírus, o Hospital Geral de Roraima (HGR), vê sua ocupação de leitos semi-intensivos chegar em 100%. Dos 92 leitos de UTI, aproximadamente 82% estão ocupado. O governador declara que a rede de saúde pública está preparada caso um colapso em seu sistema aconteça, porém, disse que plano pode ser perdido se acontecer algum imprevisto. 

“Uma situação que me preocupa é a entrada de venezuelanos. Desde março do ano passado a fronteira com a Venezuela está fechada. Antes a gente estava recebendo aproximadamente 1.000 venezuelanos por dia. Hoje a informação que a gente tem é que estão entrando cerca de 100 venezuelanos por dia clandestinamente, por rotas alternativas", disse o governador. 

"Ontem [quinta, 25] tive uma reunião com o comandante do Exército aqui, o general [Adriano] Fructuoso, pedindo para ele, junto com nosso secretário de Segurança Pública, fazer uma ação mais intensa na fronteira e na rodovia que vem de Pacaraima para Boa Vista para fiscalizar e conter a entrada de venezuelanos”, ressalta. 

“De uns 60 dias para cá os venezuelanos começaram a entrar. E estão fazendo rotas alternativas. Ou seja, não passam pela triagem, não passam pela BR. Roraima é a segunda maior fronteira do Brasil. Temos 2.200 km de fronteira seca. Ou seja, é muito difícil conter”, completa. 

Segundo ele, na terça-feira (23), Denarium teria se encontrado com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e Luiz Eduardo Ramos, secretário do governo, para pedi que a fronteira com a Venezuela continue fechada. Ainda de acordo com governador, o governo federal vem tendo uma atuação certeira durante a pandemia.

 “Em nenhum momento faltou apoio. Fez o que pode. Não tem vacina no mercado para vender (...) A contaminação aumentou porque a população achou que o Covid-19 tinha acabado”, afirmou governador.