Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur LiraMarcelo Camargo/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou o "lockdown absoluto" adotado em Estados e municípios, apesar do avanço da pandemia de covid-19 no País e da falta de vacina para a toda a população. Na avaliação de Pacheco, é preciso avaliar caso a caso e permitir a abertura de estabelecimentos como restaurantes e shoppings respeitando o distanciamento entre as pessoas.

"Fechar tudo absolutamente sem critério é arruinar a perspectiva da economia do Brasil", afirmou o presidente do Senado durante evento remoto promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico. "O fechamento absoluto não me parece razoável. É preciso combater aglomerações", defendeu Pacheco durante sua participação no evento.

Questionado sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro, que critica as medidas de isolamento, Pacheco afirmou que, apesar das declarações do chefe do Planalto na contramão do "bom senso", a população já assimilou os cuidados necessários para combater o vírus, como o uso de máscara e o distanciamento entre as pessoas. Para Pacheco, é preciso desapegar de "pontos de negação" e se conscientizar sobre a necessidade de ampliar a vacinação.

O presidente do Senado reconheceu que houve "erros" no combate à pandemia do Brasil, sem apontar especificamente de quem seriam esses erros. De acordo com Pacheco, é inadmissível que, após um ano do inicio da pandemia, o País esteja sem vagas suficientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e atrasado na vacinação contra a covid-19.
Já Lira disse que o combate à pandemia do coronavírus deve encontrar um "meio-termo" entre a posição de Bolsonaro, contrário ao lockdown, e à dos governadores, que têm adotado medidas mais restritivas para lidar com o colapso do sistema de saúde.

"Os extremos dificultam a vida do País. Temos que ter calma na defesa de ideias e políticas", afirmou, em live dos jornais O Globo e Valor Econômico. "Devemos despolitizar a pandemia, os extremos não ajudam", disse. Para ele, tratamentos, vacinação e medidas foram politizadas.

Lira disse não ser favorável à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo federal no enfrentamento da covid-19. Para ele, uma CPI não iria colaborar neste momento. "A economia precisa se movimentar, mas nada mais importante que saúde e vacinação neste momento", disse.