A ocupação em CTIs na rede privada chegou a 95% no Estado
A ocupação em CTIs na rede privada chegou a 95% no EstadoReprodução/ internet
Por IG Saúde
Rio - O estoque de analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares usados para a intubação de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) pode durar apenas mais 20 dias no Brasil. As informações são da coluna da Mônica Bergamo, para a Folha de S. Paulo.

Caso isso ocorra, a situação nos hospitais ao redor do país pode se agravar, já que mesmo com a abertura de leitos de UTIs, os médicos não conseguirão tratar dos pacientes porque não será possível intubá-los. O cenário pode fazer com que o número de óbitos cresça ainda mais, pois as pessoas poderão morrer sufocadas sem que os profissionais consigam garantir a elas a ventilação mecânica. De acordo com a Folha, as associações que reúnem intensivistas, hospitais e operadoras de saúde vão se reunir com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para discutir soluções urgentes para o problema.

"O número de internações aumentou, a permanência dos doentes nas UTIs também, e o consumo dos medicamentos explodiu", diz Reinaldo Scheibe, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). A entidade representa operadoras de planos de saúde e seguradoras, que trabalham com hospitais próprios ou credenciados. De acordo com Scheibe, "os relatos se repetem em todo o país".

Ainda segundo o jornal, médicos que trabalham em UTIs de São Paulo fizeram o mesmo relato à coluna em anônimo. Um dos profissionais afirmou que está vivendo momentos "infernais", que a curva de internações só cresce na instituição em que trabalha e que já está "começando a faltar insumos" para tratar de doentes em estado grave.
A reunião com a Anvisa deve ocorrer no fim da tarde desta quinta-feira (18), segundo o presidente da Abrafarma. Dela devem participar também, segundo ele, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e associações de médicos intensivistas.