Cardiologista Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde, disse estar "entusiasmado" com a perspectiva de trabalho em conjunto com outras pastas
Cardiologista Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde, disse estar "entusiasmado" com a perspectiva de trabalho em conjunto com outras pastasFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - O médico cardiologista Marcelo Queiroga, indicado para assumir o Ministério da Saúde, criticou, nesta quinta-feira, a atitude da população na pandemia de covid-19 e disse que "não adianta esperar que o governo federal resolva tudo". A fala foi dita após a cerimônia, realizada na Fundação Oswaldo Cruz, de entrega do primeiro lote da vacina de Oxford/AstraZeneca.
"Não adianta o governo recomendar uso de máscara, que é simples, e as pessoas não terem condições de aderir. O governo recomenda o fim de aglomerações fúteis e as pessoas ficam fazendo festa. Não adianta esperar que o governo resolva tudo", criticou.
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Queiroga também indicou que trabalhará para um "grande diálogo nacional" com Estados, municípios e a sociedade civil, falou em "política de distanciamento social inteligente" e repetiu que "governo federal e nem governo nenhum tem uma vara de condão para resolver todos os problemas".

"Estamos muito empenhados em reverter a situação complexa na saúde pública aqui no Brasil. O presidente já me determinou que tomasse medidas, sobretudo, num diálogo amplo com secretários de saúde, secretários estaduais e municipais, e com a sociedade civil de uma maneira global", disse hoje para jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.
Encontro 
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Queiroga se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta manhã, em um compromisso que não estava previsto na agenda oficial do chefe do Executivo. Ele foi escolhido pelo presidente para substituir o atual ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, mas sua nomeação ainda não foi formalizada no Diário Oficial da União (DOU). A troca ocorre no momento em que o País registra os piores índices da pandemia, com aumento do número de mortes, além da falta de vacinas para a população. Já são mais de 285 mil óbitos causados pela doença no Brasil.

Sobre os números recordes da pandemia, o médico afirmou que é preciso "criar as condições para melhorar a assistência hospitalar".

Questionado sobre o que fará de diferente em relação a gestão do atual ministro Pazuello, Queiroga prometeu foco na ciência. "O diferente é seguir as recomendações da ciência. O presidente escolheu um médico para o ministério. Um médico que é oriundo de uma sociedade científica, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que foi sempre quem protagonizou a medicina baseada em evidência", declarou. Queiroga citou ter recebido "autonomia" de Bolsonaro para montar sua equipe e pediu paciência para trazer novas medidas na área de saúde.

"A vacina, como sabemos, não vai resolver a curto prazo esses óbitos. O que resolve? Política de distanciamento social inteligente e melhorar a qualidade de assistência nas unidades de terapia intensiva", declarou. Ele citou que a pandemia se trata de uma emergência de saúde pública internacional e que há expectativa de ampliar a vacinação da população.

"Governo federal e nem governo nenhum tem uma vara de condão para resolver todos os problemas", afirmou. "Existe a ciência do nosso lado, existe a necessidade de implementação de protocolos assistenciais para qualificar os nossos recursos humanos para buscar resultados melhores. É uma situação complexa e que precisamos nos empenhar para vencer o inimigo comum, que é o vírus", acrescentou.
*Com informações do Estadão Conteúdo