Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)Jefferson Rudy/Agência Senado
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ontem, em São Paulo, que o negacionismo diante da pandemia da covid-19 "passou a ser uma brincadeira de mau gosto, macabra e medieval". "Não será uma minoria desordeira e negacionista que fará pautar o povo brasileiro e o Brasil nesse momento que nós precisamos de união", disse ele.
Pacheco evitou fazer críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro - de quem recebeu apoio para se eleger presidente do Senado. Para o presidente do Senado, há dois caminhos a seguir na pandemia. "É o caminho da união nacional e o caminho do caos nacional. Cabe a nós, responsavelmente, escolhermos o melhor." As declarações foram feitas durante a posse da nova diretoria da Associação Comercial de São Paulo, ao lado do presidente do PSD e ex-ministro Gilberto Kassab.
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Pacheco defendeu ainda um pacto envolvendo o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Executivo, além de governadores e prefeitos, para combater a pandemia. Ao propor uma "articulação nacional", citou também o Ministério Público. "Gostaria, em nome desse momento que vivemos no Brasil, invocar o aspecto humano, a solidariedade, a compaixão, a empatia, e é por isso que proponho um grande pacto nacional do presidente da República, Jair Bolsonaro, do presidente da Câmara, Arthur Lira, do Senado, do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, do doutor Augusto Aras, procurador-geral da República, dos governadores de Estado, dos prefeitos municipais", afirmou.
Na avaliação de Pacheco, é preciso "sentar à mesa e entender que a situação é gravíssima". "Precisamos encontrar os pontos de convergência. As divergências sempre existirão, mas que sejam dirimidas dentro do que a Constituição determina. Cada qual tem seu ponto de vista, mas não façamos prevalecer o ponto de vista individual sobre o senso comum de urgência e de necessidade de solução destes problemas nacionais que atingem severamente a vida de brasileiros e a economia."
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Reunião
Marcada para amanhã, a reunião entre os chefes dos poderes para discutir o combate à pandemia deverá ser de cobrança sobre Bolsonaro. O presidente será pressionado a estabelecer um comitê gestor para coordenar a estratégia de ação contra a covid-19 ou que, pelo menos, crie uma orientação nacional clara para tentar reduzir o número de casos e mortes pela doença no País.
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Pacheco e Lira conversaram com o presidente e com ministros para defender que um comitê, liderado pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mas afinado com Estados e municípios, poderá conter o colapso sanitário no País.
No caso do Judiciário, Fux vai participar das conversas, mas seguindo a deliberação do plenário da Corte de não participar de nenhum ato que possa vir depois a ser questionado judicialmente. Assim, segundo pessoas próximas do ministro, a reunião será mais para tomarem a temperatura do que Bolsonaro pretende fazer.
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Bolsonaro pensa em convidar alguns governadores aliados para a reunião, como Ratinho Júnior (PR), Wilson Lima (AM), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO). O presidente vai ressaltar que, com um ministro médico, a ação reforçará a busca pela vacinação em massa. Mas já avisou que não vai recuar nas críticas às medidas mais restritivas determinadas por governadores e prefeitos nos últimos dias.