"Fechamos o contrato há pouco com a Pfizer: em vez de ser o total de 70 milhões (de vacinas), fechamos em 100 milhões", afirmou Bolsonaro.
"Fechamos o contrato há pouco com a Pfizer: em vez de ser o total de 70 milhões (de vacinas), fechamos em 100 milhões", afirmou Bolsonaro.Reprodução TV Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - Levantamento realizado pelo banco Modalmais e a consultoria AP Exata aponta que cerca de 43,7% avaliam o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como "ruim e péssimo", com oscilação de 0,1 ponto porcentual para menos em relação à última semana. O levantamento leva em consideração as pesquisas de opinião e publicações em redes sociais.
O porcentual de pessoas que avaliam a gestão positivamente é de cerca de 31,6%, apresentando uma queda de 0,3 p.p desde o último levantamento. Já aqueles que consideram o governo regular chegam a 25,8%, com aumento de 1,5 p.p.
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De acordo com o estudo, se a tendência negativa na aprovação se mantiver nas próximas semanas, é possível que a marca fique abaixo dos 30%.
As publicações que mencionam Bolsonaro tiveram uma acentuada queda na popularidade após o pronunciamento do presidente na última terça-feira. As menções positivas não ultrapassaram os 30% por dois dias, apesar da recuperação de 6 p.p na média semanal.
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Segundo o estudo, os movimentos do presidente para se colocar como um defensor das vacinas no enfrentamento à pandemia não convenceram os internautas. Diversos vídeos do mandatário negligenciando a imunização voltaram a viralizar nas redes. O anúncio da criação do Comitê Nacional de Combate à Pandemia também não reforçou a ideia de que Bolsonaro quer ouvir outros segmentos da sociedade.
O anúncio da Butanvac, a vacina contra a covid-19, 100% nacional, que será desenvolvida pelo Instituto Butantan, reforçou a narrativa de que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem sido protagonista no processo de imunização no Brasil. A notícia surgiu como contraponto às dificuldades do governo federal na compra de vacinas. Além disso, o ministério da Saúde tem reduzido a previsão de entrega dos imunizantes constantemente.
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Com o enfraquecimento da ala ideológica do governo - que coloca em risco nomes como Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, e Filipe Martins, assessor especial da presidência -, o astrólogo Olavo de Carvalho retorna ao debate. O professor reforçou os ataques à ala militar do Planalto, afirmando que está em curso um "golpe de estado comunista" e questionando "de que lado as Forças Armadas ficarão". Seus seguidores nas redes, entretanto, se mostraram incomodados com a suposta falta de defesa de Bolsonaro aos aliados.
Segundo o estudo, há quatro fatores que podem trazer o impeachment de volta ao radar: a tendência de queda na credibilidade do presidente da República, que foi impulsionada pela gestão da pandemia; a pressão popular sobre o Congresso; o apetite do Centrão por cargos no primeiro escalão do governo; e o protagonismo dos governadores no combate ao coronavírus. Esses fatores têm impedido a militância bolsonarista de impor sua narrativa nas redes. Se a tendência se mantiver, a ideia do impedimento de Bolsonaro tende a ganhar força.
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O levantamento também indica que a alta nos preços de alimentos, gás de cozinha e combustíveis seguem causando reclamações nas redes. Durante a semana, as queixas se concentraram, principalmente, nos preços dos ovos de Páscoa. Com a perda do poder de compra, os internautas consolidam uma percepção real da inflação. De forma geral, porém, ainda não culpam o ministro da Economia, Paulo Guedes.