Violações de direitos humanos aumentaram no Brasil, aponta Anistia Internacional. Na foto, ato na Cinelândia em homenagem a vereadora Marielle Franco
Violações de direitos humanos aumentaram no Brasil, aponta Anistia Internacional. Na foto, ato na Cinelândia em homenagem a vereadora Marielle FrancoAlexandre Brum / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - A pandemia da Covid-19 colocou o Brasil entre os primeiros países do mundo em números de mortes e também foi usada como pretexto para que as violações de direitos humanos, em 2020 aumentassem no país, aponta o Informe 2020/21 da Anistia Internacional. O panorama completo do estudo "O estado dos Direitos Humanos no Mundo" será apresentado nesta quarta-feira (7).
Além disso, segundo a Anistia, o estudo também concluiu que a crise na saúde aumentou a desigualdade social estrutural e sistêmica do país: cerca de 27 milhões de pessoas passaram a viver na extrema pobreza, com menos de R246 ao mês.
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O levantamento também aponta que a agenda negacionista do presidente Jair Bolsonaro agravou as consequências da pandemia da Covid-19 sobre a população brasileira, sobretudo nas comunidades mais empobrecidas e historicamente discriminadas, como população negra, povos indígenas, comunidades quilombolas, populações tradicionais, moradores de favelas e periferias, mulheres, LGBTQIs, especialmente pessoas trans, migrantes e refugiados, pessoas em situação de rua, pessoas em privação de liberdade, e idosos e idosas, crianças e adolescentes desses diferentes grupos e trabalhadores e trabalhadoras informais e autônomos.

"Ao longo do último ano, testemunhamos certos líderes nas Américas responderem à pandemia com um misto de negacionismo, oportunismo e desprezo pelos direitos humanos. No Brasil, a lentidão e a recusa do presidente Jair Bolsonaro em cumprir seu dever de liderar as ações capazes de mitigar os impactos da pandemia e proteger da saúde de brasileiras e brasileiros e falta de coordenação nacional no enfrentamento da Covid-19 levaram o país ao triste índice de milhares de vidas perdidas. Desde o início da pandemia temos insistido que mortes evitáveis têm culpas atribuíveis. Vimos em 2020, no entanto, o Brasil e a região das Américas assolados por desigualdade, discriminação, repressão e intensificação de violações de direitos humanos", disse Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.