Partido do presidente da Câmara dos Deputados cobra mais espaço na equipe de Bolsonaro
A bancada do partido de Lira não se sente contemplada com a nomeação de Flávia Arruda (PL-DF) para a Secretaria de Governo
aro e a segunda passou por um processo de "fritura", deflagrado nas redes sociais pela base bolsonarista.
Outra demanda não atendida foi a recriação do Ministério do Esporte, que desde o governo de Michel Temer (MDB), em 2016, virou secretaria. A estrutura do Esporte está hoje vinculada ao Ministério da Cidadania, que é comandado por João Roma. Deputado licenciado, Roma é filiado ao Republicanos, partido que também integra o Centrão.
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Em janeiro, Bolsonaro chegou a mencionar, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que poderia recriar os ministérios do Esporte, da Cultura e da Pesca. O recado foi interpretado por aliados do governo como um sinal de que o presidente agiria assim em troca do apoio dos partidos à candidatura de Lira na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.
Embora Lira e Pacheco tenham sido eleitos, em fevereiro, o discurso de Bolsonaro não saiu do papel. Para o Ministério do Esporte, a bancada do Progressistas planejava indicar a deputada Celina Leão (DF), que já ocupou a secretaria dessa área no governo do Distrito Federal. Celina foi uma das organizadoras da festa de comemoração de Lira quando ele venceu a disputa para a presidência da Câmara.
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Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), nega que haja mal-estar da bancada com a ascensão do PL, do Republicanos e do PSD no Planalto. "Estamos muito felizes com isso", afirmou o deputado, sob o argumento de que Bolsonaro consolidou o chamado "presidencialismo de coalizão". Além de Flávia (PL-DF) na Secretaria de Governo e de Roma (Republicanos-BA) em Cidadania, o deputado licenciado Fábio Faria (PSD-RN) está desde junho do ano passado no comando do Ministério das Comunicações.
"Não tem ciumeira entre partidos da base e nem essa intriga. Temos o presidente da Câmara, que é do Progressistas; o líder do governo, também. O líder do governo no Senado é do MDB; a ministra da Secretaria de Governo é do PL; o Fábio Faria é do PSD; o Roma é do Republicanos. Qual é o problema?", questionou Barros. Procurados, Lira e o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), não se manifestaram.
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