Atualmente, os pacientes sem comorbidades que são internados em UTIs representam um terço do total - até fevereiro, eram um quarto dos casos. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Ederlon Rezende, coordenador da plataforma UTIs Brasileiras, diz que o novo quadro da pandemia no Brasil pode sugerir ao menos três conclusões.
A primeira é que as novas variantes do novo coronavírus (Sars-Cov-2) devem ser mais agressivas. A segunda é que a falta de cuidados da população com relação ao distanciamento social pode estar prejudicando, sobretudo, os mais jovens. Por fim, também dá para concluir que a vacinação dos idosos tem ajudado a conter os casos mais graves nessa faixa etária.
Comparando com o período entre dezembro e fevereiro, as internações em UTIs entre menores de 40 anos saltaram 16,5% em março, incremento que engloba milhões de pessoas. No mesmo período, as internações em UTIs de pessoas acima de 80 anos despencaram 42%.
"Embora os dados mostrem que a vacina pode estar tendo o efeito esperado entre os mais velhos já imunizados, eles também revelam que, ao se acharem imbatíveis, os jovens, muitos sem qualquer comorbidade, são agora as maiores vítimas da epidemia”, afirma Ederlon à Folha.
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