A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.
A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.reprodução
Por iG
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terá que fazer ao menos 65 nomeações até o fim de seu mandato em 2022. Isso inclui não apenas a indicação de um substituto para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF), mas também os tribunais superiores, regionais e eleitorais.
A primeira indicação de Jair Bolsonaro foi Kassio Nunes Marques, ministro do STF, em novembro do ano passado. Ele assumiu o lugar de Celso de Mello e é uma das duas nomeações que o presidente da República tem direito. 
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Em julho de 2019, Bolsonaro sinalizou que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” para o STF.
"Muitos tentam nos deixar de lado dizendo que o estado é laico. O estado é laico, mas nós somos cristãos. Ou para plagiar a minha querida Damares Alves: Nós somos terrivelmente cristãos. E esse espírito deve estar presente em todos os poderes”, dise Bolsonaro durante um culto evangélico na Câmara dos Deputados. “Por isso, o meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Um deles será terrivelmente evangélico".
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Os cotados
Em 2020, Bolsonaro indicou Kassio Nunes Marques às vésperas do ministro Celso de Mello completar 75 anos e atingir a idade para a aposentadoria compulsória. Se o fato se repetir em 2021, o presidente da República deve entregar um nome ao Senado até o dia 12 de julho, quando Marco Aurélio Mello atingir a mesma idade. O pastor André Mendonça, atual advogado-geral da União, é um dos nomes mais fortes para assumir a vaga no STF. Ele é prestigiado por lideranças evangélicas que já sinalizaram "grande decepção" caso o governo não honre com seu compromisso.  Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, também é cotado, mas o fato de ser um 'evangélico moderado' não agrada lideranças políticas. William Douglas, desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), foi indicado por líderes evangélicos ao presidente, mas seu nome não é consensual entre apoiadores do governo.