Por Agência Brasil
O Boletim InfoGripe, divulgado hoje (30) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que todos os 27 estados da federação apresentam tendência de queda para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Apesar deste quadro, todas as regiões do país encontram-se na zona de risco e com ocorrências de casos muito altas.

A análise, que tem como base os registros do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), é referente ao período de 18 a 24 de abril. Cerca de 90% dos casos positivos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram associados à covid-19.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, informa que no momento em que o país ultrapassa 400 mil mortes pela covid-19, esses sinais reforçam a importância da cautela em relação às medidas de flexibilização, enquanto a tendência de queda da covid-19 não for mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.

Gomes alerta que a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança. “Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionados às síndromes respiratórias e covid-19”, avaliou.

Estados
Entre os estados que indicam interrupção no processo de queda estão Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, embora em valores muito elevados. Já outros estados apresentam indícios de redução no ritmo de queda, como Bahia, Ceará, Paraná, Santa Catarina e Tocantins. Apesar da tendência de queda, vários estados ainda estão com valores similares ou até mesmo superiores aos picos de Síndrome Respiratória Aguda Grave observados ao longo de 2020, como é o caso de Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Já Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, e Rondônia, entraram em processo de estabilização da doença.