O presidente da comissão Omar Aziz e o relator Renan Calheiros na sessão desta terça-feira
O presidente da comissão Omar Aziz e o relator Renan Calheiros na sessão desta terça-feiraReprodução/Tv Senado
Por O Dia
Rio - Com a eleição do comando finalizada e a definição do plano de trabalho, a CPI da Covid vai começar a ouvir os depoimentos de ex-ministros da Saúde na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira, os dois primeiros a falar aos senadores serão Luiz Henrique Mandetta, previsto para falar por volta das 10h, e Nelson Teich, que deve comparecer a partir das 14h.
A convocação dos ministros atende uma série de requerimentos aprovados na semana passada. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) são autores dos pedidos. Segundo eles, os depoimentos dos ex-ministros devem ajudar a esclarecer se o Brasil poderia ter tomado outro rumo no enfrentamento a pandemia e freado o número de mortes.
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Mandetta foi demitido do cargo no dia 16 de abril de 2020, no início da crise da pandemia no Brasil. Naquela data o país registrava 1.924 mortes. Atualmente, o país tem mais de 400 mil óbitos por complicações da covid-19. Seu substituto, Nelson Teich, permaneceu menos de um mês no cargo. Para Randolfe Rodrigues, a constante troca de ministros da Saúde em meio à pandemia é, por si só, um enorme problema para a gestão do ministério e “pior ainda são os motivos para essas trocas”.

“O senhor Luiz Henrique Mandetta foi exonerado do cargo de ministro da Saúde justamente por defender as medidas de combate à doença recomendadas pela ciência. O presidente defendia mudanças nos protocolos de uso da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus, mas o Nelson Teich era contra. Infelizmente, sabemos o rumo que a gestão da pandemia tomou no país”, apontou o senador. 

Próximos depoimentos
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Ainda nesta semana, são aguardadas as informações do general Eduardo Pazuello, que esteve por mais tempo no comando do ministério, desde que a pandemia começou, e do atual ministro, Marcelo Queiroga. Pazuello deve falar nesta quarta-feira e Queiroga na quinta, mesmo dia em que está agendada a presença do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Todos vão comparecer ao Senado na condição de testemunhas.

Requerimentos
A CPI da Pandemia pode votar em seguida a convocação de ministros de outras pastas, governadores e prefeitos.

Os parlamentares sugerem a convocação dos ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa e ex-Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil e ex-Secretaria de Governo), entre outros. Há ainda requerimentos para a convocação do ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e do atual chanceler, Carlos Alberto Franco França.

A CPI da Pandemia pode votar, ainda, a convocação dos governadores João Doria (São Paulo), Wilson Lima (Amazonas), Rui Costa (Bahia) e Hélder Barbalho (Pará). Wellington Dias (Piauí) é convidado como representante do Fórum de Governadores.