Kaio Souza, de 33 anos, afirma ter sido vítima de racismo.Reprodução
Por O Dia
Publicado 01/06/2021 11:04 | Atualizado 01/06/2021 11:05
Rapaz vítima de abordagem violenta realizada pela polícia militar no sábado (29), em Caieiras, na Grande São Paulo, afirma ter sido vítima de racismo."Foi racismo mesmo", disse nesta segunda-feira (31) Kaio Souza, de 33 anos. Vídeo mostra um policial militar xingando o autônomo de 'lixo", chamando-o de "negão" e depois lhe dando um soco no rosto. Após a agressão, a vítima caiu no chão desacordada. Com informações do G1.
Vídeo mostra momento da agressão:
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Os policiais acusaram, no registro da ocorrência, que os rapazes estavam embriagados e conduzindo duas motos. Apesar de negarem as afirmações, os jovens foram algemados e detidos e acabaram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de "embriaguez ao volante, resistência e desobediência".

"Foi racismo. Fui vítima de racismo por parte desses policiais", disse Kaio ao G1. "Eu e meus amigos não queremos que isso continue. O tratamento que esses policiais deram na abordagem a gente da raça negra foi nos tratar como 'lixo' e falar: 'Mão na cabeça, negão'. Depois me deu um soco na cara", disse a vítima.

Além de Kaio, outros dois amigos dele, também negros, foram abordados pelos dois PMs por suspeita de pilotar duas motos com sinais de embriaguez, no bairro das Laranjeiras.

O PM Rodrigo Fernandes de Oliveira, de 35 anos, responsável pela agressão, não foi detido, mas deverá responder por "lesão corporal decorrente de intervenção policial". Após a divulgação dos vídeos nas redes sociais, o cabo acabou afastado preventivamente do patrulhamento nas ruas pela Polícia Militar.

"Os nervos estavam à flor da pele (...), no auge de serem agredidos (...), desferiu um soco em Kaio para afastá-lo e para não precisar sacar (...) sua arma de fogo, evitando risco aos envolvidos e a terceiros, inclusive crianças que estavam na rua. Agiu para cessar a situação que estava fora de controle", diz um trecho do boletim de ocorrência com a versão do cabo Rodrigo.

Um dos amigos de Kaio disse à Polícia Civil que os PMs chegaram a apagar imagens do celular que mostram a agressão policial e que tinham sido gravadas por uma das testemunhas. Entretanto, outras pessoas do bairro registraram a abordagem truculenta - os vídeos estão sendo analisados pela investigação.

"Não estamos mais aceitando isso. Não temos nada contra a PM. Só queremos Justiça pelo que esses dois policiais nos fizeram", afirmou o Kaio.
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