Publicado 02/06/2021 11:36 | Atualizado 02/06/2021 16:26
Luana Araújo afirmou à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da covid-19, que não foi comunicada do porque sua nomeação como chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à covid-19 não sairia.
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Ao ser questionada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se a opinião contrária ao tratamento precoce foi causadora da sua não nomeação, a infectologista disse não saber responder. “Não foi me dado nenhum tipo de justificativa, mas entendi que a coisa estava se arrastando e que não iria acontecer”.
A médica ressaltou que assim como o convite, a dispensa também foi comunicada por Marcelo Queiroga. Segundo Luana, Queiroga dizia lamentar, mas que seu nome não seria aprovado pelo Palácio do Planalto.
"Ele me disse que lamentava, mas que meu nome não iria passar pela Casa Civil", afirmou.
A médica ressaltou que assim como o convite, a dispensa também foi comunicada por Marcelo Queiroga. Segundo Luana, Queiroga dizia lamentar, mas que seu nome não seria aprovado pelo Palácio do Planalto.
"Ele me disse que lamentava, mas que meu nome não iria passar pela Casa Civil", afirmou.
A médica afirmou não ter sido informada pelo ministro Marcelo Queiroga do motivo pelo qual seu nome não foi aprovado para comandar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, apesar de ter sido anunciado pelo titular da Pasta. "Não foi me dada nenhum tipo de justificativa pela minha saída", disse. Luana deixou a equipe de Queiroga dez dias depois de ser indicada para o cargo, antes mesmo de sua nomeação se confirmar.
"O que me foi dito é que existia um período entre criação da secretaria e um processo chamado apostilamento de cargos, que deveria ser feito para que minha nomeação fosse publicada. Estava programada para uma segunda (a nomeação), não saiu, foi para terça-feira, não saiu, quando chegou na quarta-feira já tinha entendido o que tinha acontecido, que não ia funcionar", disse. Ela relatou ter sido chamada então à noite para ser informada pelo ministro que sua nomeação não sairia.
A médica disse não saber se a causa da recusa foram suas falas contra o tratamento precoce defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Observou, porém, que suas declarações foram publicadas pela imprensa. "Mas quem pode esclarecer isso melhor não sou eu", afirmou a médica. "Não sei lhe responder sobre isso, mas se isso aconteceu é extremamente lamentável", disse ela.
"Essa pergunta deve ser direcionada ao ministro, a minha posição absolutamente pública não é opinião. Na Medicina temos opinião até momento que se substitui por evidências, elas tiram da responsabilidade do profissional juízo de valor", afirmou a médica.
Luana também disse não saber se o seu nome barrado tem relação com o chamado "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Bolsonaro em assuntos da pandemia. "Não tive informações sobre aconselhamento paralelo, não conheci o presidente da República", afirmou.
Em certo momento, a médica chegou a dizer que, a ela, Queiroga teria lhe dito que sua nomeação não passaria pela Casa Civil. "O próprio ministro me falou. Disse que lamentava mas que meu nome não ia passar pela Casa Civil", contou.
Mas, depois, fez um adendo afirmando não saber se o problema foi especificamente nessa pasta. "Eu falei Casa Civil porque é onde entendo que esse nome seja aprovado ou não, eu não sei se é esse o processo", afirmou ela.
'Polarização esdrúxula'
A médica infectologista também comentou durante depoimento à CPI da Covid que, devido à "polarização esdrúxula" que ocorre no País com relação à pandemia, "os maiores talentos" dentro das áreas da saúde não "estão disponíveis" para trabalhar junto ao Ministério da Saúde.
Segundo a médica, nos dias que ela esteve à frente da secretaria, ela procurou "dentro e fora" do ministério por especialistas que pudessem compor o grupo, mas tais especialistas "não queriam trabalhar" junto à pasta.
"Os senhores acham que as pessoas, de fato, que têm interesse em ajudar o País e competência a fazer isso, neste momento, se sentem muito compelidas a aceitar esse desafio? Não se sentem", afirmou a médica.
Luana, contudo, fez uma avaliação positiva de Queiroga. "Um ministro extremamente proativo, competente, capaz", disse a médica sobre o chefe da pasta. Ao comentar sua participação no ministério, Luana disse não ter encontrado nenhuma resistência interna ao seu trabalho, e disse também ter mantido contato apenas com o ministro e alguns poucos secretários.
A médica também destacou que nos poucos dias que atuou na secretaria, o fez como consultora de Queiroga em "diversos assuntos", como testagem em massa do País, programa esse que disse esperar "do fundo do coração" que fosse levado adiante. "É público que nosso programa de testagem até este momento é um programa com inúmeras falhas, é um programa reativo, é um programa que precisava retomar as rédeas do diagnóstico", afirmou a especialista na CPI.
"O que me foi dito é que existia um período entre criação da secretaria e um processo chamado apostilamento de cargos, que deveria ser feito para que minha nomeação fosse publicada. Estava programada para uma segunda (a nomeação), não saiu, foi para terça-feira, não saiu, quando chegou na quarta-feira já tinha entendido o que tinha acontecido, que não ia funcionar", disse. Ela relatou ter sido chamada então à noite para ser informada pelo ministro que sua nomeação não sairia.
A médica disse não saber se a causa da recusa foram suas falas contra o tratamento precoce defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Observou, porém, que suas declarações foram publicadas pela imprensa. "Mas quem pode esclarecer isso melhor não sou eu", afirmou a médica. "Não sei lhe responder sobre isso, mas se isso aconteceu é extremamente lamentável", disse ela.
"Essa pergunta deve ser direcionada ao ministro, a minha posição absolutamente pública não é opinião. Na Medicina temos opinião até momento que se substitui por evidências, elas tiram da responsabilidade do profissional juízo de valor", afirmou a médica.
Luana também disse não saber se o seu nome barrado tem relação com o chamado "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Bolsonaro em assuntos da pandemia. "Não tive informações sobre aconselhamento paralelo, não conheci o presidente da República", afirmou.
Em certo momento, a médica chegou a dizer que, a ela, Queiroga teria lhe dito que sua nomeação não passaria pela Casa Civil. "O próprio ministro me falou. Disse que lamentava mas que meu nome não ia passar pela Casa Civil", contou.
Mas, depois, fez um adendo afirmando não saber se o problema foi especificamente nessa pasta. "Eu falei Casa Civil porque é onde entendo que esse nome seja aprovado ou não, eu não sei se é esse o processo", afirmou ela.
'Polarização esdrúxula'
A médica infectologista também comentou durante depoimento à CPI da Covid que, devido à "polarização esdrúxula" que ocorre no País com relação à pandemia, "os maiores talentos" dentro das áreas da saúde não "estão disponíveis" para trabalhar junto ao Ministério da Saúde.
Segundo a médica, nos dias que ela esteve à frente da secretaria, ela procurou "dentro e fora" do ministério por especialistas que pudessem compor o grupo, mas tais especialistas "não queriam trabalhar" junto à pasta.
"Os senhores acham que as pessoas, de fato, que têm interesse em ajudar o País e competência a fazer isso, neste momento, se sentem muito compelidas a aceitar esse desafio? Não se sentem", afirmou a médica.
Luana, contudo, fez uma avaliação positiva de Queiroga. "Um ministro extremamente proativo, competente, capaz", disse a médica sobre o chefe da pasta. Ao comentar sua participação no ministério, Luana disse não ter encontrado nenhuma resistência interna ao seu trabalho, e disse também ter mantido contato apenas com o ministro e alguns poucos secretários.
A médica também destacou que nos poucos dias que atuou na secretaria, o fez como consultora de Queiroga em "diversos assuntos", como testagem em massa do País, programa esse que disse esperar "do fundo do coração" que fosse levado adiante. "É público que nosso programa de testagem até este momento é um programa com inúmeras falhas, é um programa reativo, é um programa que precisava retomar as rédeas do diagnóstico", afirmou a especialista na CPI.
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