Pelo menos seis grandes metrópoles enfrentam graves crises de abastecimento de água, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e VitóriaIstockphoto
Por O Dia
Publicado 05/06/2021 08:00
Rio - Neste sábado, dia 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Dentro de todos os pontos levantados pelos ativistas, um em especial tem assolado o país nos últimos dias: uma crise hídrica histórica. Após o alerta de emergência hídrica emitido pelo Sistema Nacional de Meteorologia, o primeiro em 111 anos, discute-se a ideia da realização de um racionamento elétrico para evitar um apagão. Os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná estão envolvidos no alerta, que está sendo cogitado para os meses de junho a setembro.
Em um outro cenário, pelo menos seis grandes metrópoles enfrentam graves crises de abastecimento de água, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Vitória. As causas já são conhecidas: manchas urbanas extensas que impermeabilizam o solo, aumento da demanda da população e poluição causada por sedimentos e nutrientes. Um indício relevante de que é preciso repensar o atual modelo de gestão da água no país.
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Por esse motivo, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e a The Nature Conservancy defendem que é essencial e estratégico estruturar um programa de proteção de áreas de mananciais, tendo em vista que eles são ‘matéria-prima’ do abastecimento público, essenciais à qualidade de vida e às atividades econômicas.
Com o objetivo de informar a opinião pública sobre o tema, o IDS lançou o Hub Tarifas e Mananciais, plataforma online que reúne conteúdo sobre o papel da tarifa na recuperação e conservação de mananciais utilizados em sistemas de abastecimento de água dos grandes centros urbanos brasileiros.
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"Esse trabalho parte de dois princípios muito fundamentais, um deles é de uma valorização da água por si só, uma compreensão de que a água é um recurso finito e essencial para a vida. Nós precisamos que essa água exista em quantidade e qualidade adequada para as próximas gerações. O outro entendimento é a corresponsabilidade porque sendo um bem público, como a água é no Brasil, temos a clareza de que proteger essa água e viabilizar condições pra que elas fluam é resultado de um esforço coletivo", afirmou o coordenador de pesquisa do IDS, Guilherme Checco. 
Sistema Cantareira, na região de Bragança Paulista, interior de São Paulo, uma das áreas impactadas pelo projeto - Fernando Stankuns/Creative Commons
Sistema Cantareira, na região de Bragança Paulista, interior de São Paulo, uma das áreas impactadas pelo projetoFernando Stankuns/Creative Commons
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Prevenção de crises
Além de impactar positivamente nos diversos biomas brasileiros, investir na proteção das áreas produtoras de água gera, ao longo prazo, benefícios como a possibilidade de garantir água em quantidade e qualidade adequados, redução de custos com o tratamento de água e investimentos na busca por novas fontes para o abastecimento.
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"A proteção dos mananciais representa estratégia fundamental para evitar futuras crises hídricas, que geram enormes prejuízos socioeconômicos, e de adaptação e mitigação de eventos climáticos extremos previstos para os próximos anos em função do aquecimento global. A tarifa, por sua vez, é uma ferramenta central e estratégica para a universalização do saneamento básico no Brasil. Mais do que um mero instrumento de cobrança, a tarifa de água e esgoto pode viabilizar investimentos para preservação de mananciais e manutenção do sistema, imprescindíveis para a segurança de abastecimento", esclareceu o Instituto.

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