Publicado 23/07/2021 22:43 | Atualizado 23/07/2021 23:03
Rio - A Coordenação de Pesquisa Clínica da Anvisa (Copec/GGMED) determinou, nesta sexta-feira, a suspensão cautelar dos estudos clínicos da vacina Covaxin no Brasil. Os ofícios comunicando a suspensão cautelar foram enviados ao Instituto Albert Einstein e a patrocinadora do estudo, a empresa Precisa Comercialização de Medicamentos Ltda.
Segundo a Anvisa, a suspensão foi realizada em decorrência do comunicado da farmacêutica indiana Bharat Biotech Limited International, fabricante da vacina. No comunicado, a Bharat informou que a empresa Precisa não possui mais autorização para representá-la no Brasil, o que na avaliação da Anvisa inviabiliza a realização do estudo.
A Precisa é uma empresa brasileira que atuava na negociação do contrato da compra da vacina junto ao Ministério da Saúde. Contudo, a CPI da Covid investiga uma série de supostas irregularidades nessa intermediação. Apesar do ocorrido, a aplicação da vacina em voluntários brasileiros não chegou a acontecer.
Bharat anuncia rescisão de acordo com a Precisa Medicamentos
Também nesta sexta-feira, a Bharat Biotech anunciou a rescisão de seu acordo com a empresa Precisa Medicamentos sem revelar o motivo. Em comunicado, a Bharat informou que "continuará a trabalhar diligentemente" com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela vacina indiana Covaxin. A empresa também negou ter assinado duas cartas que fazem parte do processo administrativo de compra do imunizante e foram enviadas ao Ministério da Saúde.
Os documentos foram incluídos no material enviado pela Pasta à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado. A Bharat Biotech é a produtora da Covaxin. Em 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde fechou contrato de compra com a Precisa, que representava a Bharat, para compra de 20 milhões de doses da vacina.
A aquisição do imunizante é alvo de múltiplas investigações por suspeita de irregularidades e corrupção. Tornou-se alvo da CPI da Covid, da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF), da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
O contrato foi suspenso pelo Ministério da Saúde em 29 de junho, após recomendação da CGU. A Pasta se comprometeu a pagar US$ 15 por dose, a vacina mais cara adquirida pelo País até o momento.
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