Ricardo Barros é líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos DeputadosValter Campanato/Agência Brasil
Publicado 12/08/2021 08:36 | Atualizado 12/08/2021 10:49
Brasília - A CPI da Covid vai ouvir nesta quinta-feira, 12, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. Ex-ministro da Saúde e um principais nomes do centrão, ele vai prestar esclarecimentos sobre suspeitas de ilegalidades no processo de compra da vacina Covaxin. Ele responde a um processo de improbidade administrativa, herança da época que comandava o ministério.
Acompanhe a sessão ao vivo:
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Barros entrou na mira da comissão após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, terem denunciado que houve pressão do alto escalão do ministério para a aquisição da Covaxin. Eles contaram que levaram o caso, pessoalmente, ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), numa reunião no Palácio Alvorada no dia 20 de março. Na ocasião, segundo os irmãos Miranda, o presidente lamentou o ocorrido e indicou que Ricardo Barros participava de um esquema no Ministério da Saúde.
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Eles disseram também que apresentaram a Bolsonaro uma cópia da primeira versão do documento de importação da Covaxin, que continha erros e previa um pagamento antecipado pela compra dos imunizantes. A vacina em questão, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que era representado no Brasil pela Precisa Medicamentos, foi a mais cara negociada pelo governo brasileiro. Cada dose sairia por US$ 15.
Em virtude das suspeitas de ilegalidades, o contrato, fechado em tempo recordo, foi suspenso sem que nenhuma dose tivesse sido entregue e nenhum real desembolsado pelo governo.
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Ainda de acordo com os irmãos Miranda, no dia da reunião no Alvorada, Bolsonaro citou Barros nominalmente ao falar sobre as possíveis irregularidades. Barros foi ministro da Saúde entre 2016 e 2018, no governo do ex-presidente Michel Temer.

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Na época, a pasta fechou contrato com a empresa Global, que é sócia da Precisa, a mesma que intermediou a negociação de compra da Covaxin. A Global recebeu pagamento antecipado para fornecer remédios, mas nunca entregou os medicamentos comprados. Há uma ação de improbidade administrativa em curso na Justiça Federal contra Barros e outras pessoas em razão desse caso.
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Barros nega ter cometido qualquer irregularidade:
"Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado, A investigação provará isso. Não tenho relação com esse fatos", afirmou.
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Ele reconhece, porém, que a Global causou um prejuízo de R$ 19,9 milhões ao erário, mas argumenta que sua gestão no Ministério da Saúde gerou uma economia de R$ 5 bilhões, provenientes de quebra de monopólios e outras ações que adotou.

A CPI também enxerga suspeitas em outro episódio que envolve Ricardo Barros, mais recente, já durante a pandemia. Ele é o autor de emenda a uma Medida Provisória para acrescentar a Central Drugs Standard Control Organization (CDSCO) — o equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na Índia — no rol de órgãos habilitados a autorizar vacinas que podem ser importadas pelo Brasil.

A Covaxin não tem registro na Anvisa, mas, como tem na Índia, a emenda poderia autorizar sua importação. Barros e os governistas vêm apontando que outros parlamentares, entre eles o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), também apresentaram emenda para incluir a agência indiana na medida.
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Integrantes da CPI divergem sobre qual seria o melhor momento para colher o depoimento do líder do governo.
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