Publicado 16/08/2021 08:13
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) utilizou a sua conta no WhatsApp para convocar, na tarde do último sábado, 14, seus apoiadores a se manifestar nas ruas no dia 7 de setembro. O detalhe é a justificativa dada pelo presidente para que os bolsonaristas tomem as ruas: um "provável e necessário contragolpe".
Segundo o jornalista Guilherme Amado, do Metropoles, o presidente teria enviado a seguinte mensagem:
"Atenção direitista sem noção, você mesmo que está falando merdas (sic) como ‘Vamos tomar o poder já que ninguém faz nada’, ‘Bolsonaro tá muito devagar’ ou ‘FFAA não fazem nada’. Faça o favor de ler com atenção o abaixo escrito, compreender as coisas como realmente são e assim passar a nos ajudar e não atrapalhar, começa o texto, que apresenta na sequência uma série desses comentários".
Na mensagem divulgada pelo presidente, é possível observar o selo de "Encaminhada", o que indica que a publicação não foi realizada originalmente no celular do presidente. Na lista de transmissão dos destinatários, encontram-se amigos de Bolsonaro, apoiadores e ministros de Estado.
"As FFAA (Forças Armadas) e o presidente Bolsonaro vêm tentando de todas as formas evitar uma ruptura institucional, pois sabem o grande problema que inicialmente poderá representar a todos nós, isso se chama cautela e estratégia, visando um bem maior e comum à nação", ressalta outro trecho, em que o texto exalta a ligação do mandatário com as Forças.
Em determinado momento, o comunicado alerta para que o "contingente" da manifestação de 7 de setembro seja "absurdamente gigante" para "comprovar e apoiar inclusive intencionalmente" que Bolsonaro possui apoio para um "bastante provável e necessário contragolpe":
"Hoje, fazer um contragolpe é muito mais difícil e delicado do que naquela época, além do grave aparelhamento acima relatado, temos uma constituição comunista que tirou em grande parte os poderes do Presidente da República e foi por estes motivos que o Presidente Bolsonaro, no início de agosto, em vídeo gravado, pediu para que o povo brasileiro fosse mais uma vez às ruas, na Avenida Paulista, no dia sete de setembro, dar o último aviso", diz a mensagem.
"Mas, desta vez, ele reforçou que o “contingente” deveria ser absurdamente gigante, ou seja, o tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na história do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA, para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve, diante do grave avanço do golpe já em curso há tempos e que agora avança de forma muito mais agressiva, perpetrado pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos", conclui.
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