Publicado 02/09/2021 21:42 | Atualizado 02/09/2021 21:57
O ex-empregado da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, afirmou ter testemunhado a prática de diversos crimes que teriam sido cometidos pela advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, e por Flávio e Carlos Bolsonaro.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Marcelo detalhou que, durante os 14 anos que trabalhou para a família Bolsonaro, presenciou e participou de um esquema de "rachadinhas". O ex-funcionário afirmou ter recebido pagamentos do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), com a condição de devolução de 80% de seu salário, aproximadamente R$ 340 mil no período em que Flávio foi deputado estadual na primeira legislatura (2003 a 2007). Conforme Marcelo, quem atuava como laranja recebia somente um "cala boca" e Ana Cristina fazia o papel de "recolhimento" dos ganhos antes de Fabrício Queiroz. Além do fluxo de dinheiro, funcionários do gabinete de Carlos Bolsonaro, na Câmara de Vereadores, também repassariam o dinheiro à advogada.
Nogueira revelou ainda que a ex-mulher de Bolsonaro é a real proprietária da casa onde mora atualmente, no Lago Sul, região nobre de Brasília — ela diz que o imóvel é alugado. Ana Cristina, segundo ele, firmou contratos de gaveta com dois laranjas, que aparecem como titulares do negócio, para não chamar atenção.
Ao Metrópoles, a defesa de Flávio diz desconhecer as afirmações do ex-assessor e que o parlamentar não "tem ciência de supostas irregularidades que possam ter sido cometidas por ex-funcionários de seu antigo gabinete na Alerj". As defesas de Carlos e Ana Cristina não foram localizadas.
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