Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)AFP
Publicado 16/09/2021 12:47
Brasília - O cercadinho na portaria do Palácio da Alvorada, espaço que Jair Bolsonaro sempre utilizou para conversar com apoiadores e antecipar anúncios, se tornou nos últimos dias palco de atritos entre o presidente e apoiadores. Nesta quinta-feira, 17, Bolsonaro voltou a reclamar do grande número de demandas que recebe e, mais uma vez, reforçou limitações da cadeira do Executivo. "O pessoal procura o presidente achando que tem superpoder. Não tenho", rebateu, em um tom diferente do adotado até então no local que se tornou porta de acesso para conseguir sucesso em reivindicações pessoais.
"Não tenho como resolver o problema de todo mundo aqui", afirmou em meio a pedidos para solução do problema de um apoiador relacionado a decisões judiciais, em que ele se dizia injustiçado sobre sua patente, Bolsonaro disse que se a demanda é da Justiça, não passa por ele. "Eu passo por cima da Justiça? Então não é comigo", retrucou.
A alegação de Bolsonaro, no entanto, ocorre após ataques do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ministros da Corte nos últimos meses. No entanto, depois da publicação de uma carta em que sugere harmonia entre os Poderes, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, o chefe do Executivo amenizou o embate com as instituições.
Táxi

Nesta quarta-feira, 15, o presidente também demonstrou irritação ao ser cobrado por soluções. Ao ser questionado por um taxista sobre uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que exigia a instalação de um cabo nos táxis, Bolsonaro pediu que o apoiador falasse com educação para que ele pudesse avaliar uma solução para o tema.

"Eu não sei de tudo o que acontece nesse governo, são 23 ministérios", afirmou o chefe do Executivo. Diante do pedido, Bolsonaro, irritado, se recusou a falar com o apoiador. "Eu vou resolver esse assunto, mas não dessa forma como você está falando comigo. Aqui não é lugar para resolver certos problemas. Se tiver educação, eu resolvo qualquer problema", disse.

O presidente então ligou para o coronel Marcos Heleno Guerson Júnior, presidente do Inmetro, e perguntou sobre a exigência da instalação deste cabo. O presidente colocou a ligação no viva-voz e Guerson afirmou que a portaria sobre a troca do equipamento estava suspensa. A atitude foi comemorada pela base de apoiadores presente.
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