Publicado 21/09/2021 17:11 | Atualizado 21/09/2021 18:36
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid terminou nesta terça-feira, 21, sob troca de ofensas. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de "descontrolada" durante a sessão. Logo após a confusão, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o ministro passou de testemunha a investigado.
Após a senadora acusar o ministro por omissão, Rosário recomendou que a parlamentar relesse os processos que apuram a compra da vacina Covaxin. "Eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo, pois falou um monte de inverdades aqui. A senhora me chamou de ingavetador, o que quis", disse ele.
Em resposta, Simone afirmou que ele não podia ter dito aquilo, já que se trata do trabalho da senadora. "O ministro pode dizer que eu disse inverdades, mas ele não pode dizer que eu leia de novo o processo. Não é meu papel ler contrato da Covaxin. É o papel de vossa excelência, mas ele não fez. Ele está se comportando como um menino mimado", afirmou a senadora.
Em seguida, Otto Alencar (PSD-BA) chamou Rosário de “moleque” e “pau mandado", enquanto o ministro disse que Simone estava “totalmente descontrolada”. "Não me chama de menino mimado, eu não agredi. A senhora está totalmente descontrolada", afirmou ele.
O vice-presidente da CPI, Randofe Rodrigues (Rede-AP), e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disseram que Rosário é “machista” pelo ataque à parlamentar. Otto Alencar voltou à carga e chamou o ministro de “descarado” e “moleque de recado” e, por sua vez, o depoente rebateu: “Não vou responder em respeito à sua idade”.
Fora dos microfones, senadores chegaram a pedir a prisão de Wagner Rosário. Omar Aziz (PSD-AM) suspendeu a reunião da CPI.
Agora, Rosário deixa a condição de testemunha para ser investigado pela CPI. O anúncio foi feito após a retomada dos trabalhos que haviam sido interrompido após bate-boca entre Rosário e senadores oposicionistas. Nesta quarta-feira, 22, a comissão vai ouvir o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior.
Fora dos microfones, senadores chegaram a pedir a prisão de Wagner Rosário. Omar Aziz (PSD-AM) suspendeu a reunião da CPI.
Agora, Rosário deixa a condição de testemunha para ser investigado pela CPI. O anúncio foi feito após a retomada dos trabalhos que haviam sido interrompido após bate-boca entre Rosário e senadores oposicionistas. Nesta quarta-feira, 22, a comissão vai ouvir o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior.
Acusação de omissão
No depoimento desta terça-feira, Simone acusou o ministro de omissão no episódio da tentativa de compra da Covaxin. Ela afirmou que o ministro da CGU atuou como se fosse advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao conceder entrevista coletiva em que negou irregularidades no contrato, que ainda era investigado pelo órgão.
"Ele [o depoente] não poderia ir numa coletiva com o ministro Queiroga e fazer uma defesa intransigente de um contrato irregular que estava em processo de investigação pela própria CGU. Lamento muito o papel que Vossa Excelência está fazendo, o desserviço para o país e com o dinheiro público. Vossa Excelência não é advogado do presidente da República ou do ministro da Saúde. Vossa Excelência não é nem um advogado na estrutura da CGU", criticou a senadora.
Após o término da sessão, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) acusou o relator da CPI e o comando da CPI de quererem controlar a narrativa e montar uma "arapuca" para o ministro Rosário.
Uma mostra disso, afirmou Marcos Rogério, é que apenas o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), entre os senadores da base de apoio ao governo, teve a oportunidade de fazer perguntas ao ministro da CGU.
"Ele [o depoente] não poderia ir numa coletiva com o ministro Queiroga e fazer uma defesa intransigente de um contrato irregular que estava em processo de investigação pela própria CGU. Lamento muito o papel que Vossa Excelência está fazendo, o desserviço para o país e com o dinheiro público. Vossa Excelência não é advogado do presidente da República ou do ministro da Saúde. Vossa Excelência não é nem um advogado na estrutura da CGU", criticou a senadora.
Após o término da sessão, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) acusou o relator da CPI e o comando da CPI de quererem controlar a narrativa e montar uma "arapuca" para o ministro Rosário.
Uma mostra disso, afirmou Marcos Rogério, é que apenas o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), entre os senadores da base de apoio ao governo, teve a oportunidade de fazer perguntas ao ministro da CGU.
Por sua vez, após o depoimento desta terça-feira, 21, a senadora Simone lamentou que a CGU não tenha acompanhado a compra da vacina Covaxin, como havia sido definido. Para ela, o ministro Wagner Rosário "passou pano" e deixou suas funções de controle interno preventivo para fazer uma defesa intransigente do Ministério da Saúde e do governo federal no caso das negociações da vacina indiana.
"No momento em que mostramos todas as incongruências e [o ministro] não aguentou, passou para falas infelizes", disse ela.
Sessão tumultuada
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), chamou o ministro de petulante durante reunião do colegiado. O chefe da CGU bateu boca com senadores durante diversos momentos do depoimento e desafiou a CPI a provar que houve prevaricação na atuação do órgão em meio às suspeitas de corrupção no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em depoimento à CPI, Wagner Rosário afirmou que a CGU só recebeu informações sobre a relação entre o lobista Marconny Faria e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias em julho deste ano. Além disso, afirmou que soube das suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin apenas em junho de 2021, pela imprensa.
Na fala, Rosário alegava que não havia informações prévias sobre irregularidades na compra da Covaxin e na atuação de integrantes do governo na aquisição de vacinas contra a covid-19.
Aziz questionou o fato de a CGU ter informações sobre mensagens investigadas desde setembro do ano passado. "Cê não passa um scanner na hora da busca e apreensão e saem os dados aparecendo, não. Tem que ter análise, tem que levar tempo", justificou Wagner Rosário.
Logo em seguida, o senador Otto reagiu à declaração do ministro. "Muito petulante, hein, presidente?". Na sequência, Omar Aziz afirmou com o som do microfone desligado: "petulante pra c...". O áudio vazou na transmissão da TV Senado. A declaração não entrou nas notas taquigráficas da CPI.
Em depoimento à CPI, Wagner Rosário afirmou que a CGU só recebeu informações sobre a relação entre o lobista Marconny Faria e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias em julho deste ano. Além disso, afirmou que soube das suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin apenas em junho de 2021, pela imprensa.
Na fala, Rosário alegava que não havia informações prévias sobre irregularidades na compra da Covaxin e na atuação de integrantes do governo na aquisição de vacinas contra a covid-19.
Aziz questionou o fato de a CGU ter informações sobre mensagens investigadas desde setembro do ano passado. "Cê não passa um scanner na hora da busca e apreensão e saem os dados aparecendo, não. Tem que ter análise, tem que levar tempo", justificou Wagner Rosário.
Logo em seguida, o senador Otto reagiu à declaração do ministro. "Muito petulante, hein, presidente?". Na sequência, Omar Aziz afirmou com o som do microfone desligado: "petulante pra c...". O áudio vazou na transmissão da TV Senado. A declaração não entrou nas notas taquigráficas da CPI.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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