Publicado 06/10/2021 10:00 | Atualizado 06/10/2021 11:50
O ex-padre Ernani Maia dos Reis, da cidade de Monte Sião, em Minas Gerais, enfrenta acusações de ter abusado sexual e moralmente de pelo menos oito monges entre 2011 e 2018. Após ser desligado da Igreja Católica pelo Papa Francisco no início deste mês, o delegado Daniel Leme Amaral, da Polícia Civil de Minas Gerais, abriu nesta quarta-feira, 6, um inquérito policial para apurar as denúncias de crime sexual.
O caso foi revelado pela UOL e, segundo informações do portal, ele deverá prestar depoimento durante o inquérito policial. Vítimas e testemunhas também serão localizadas e interrogadas.
Ernani está afastado há três anos do antigo mosteiro Santíssima Trindade e exerce, atualmente, a profissão de psicanalista na cidade de Franca, em São Paulo.
O caso
O caso foi revelado pela UOL e, segundo informações do portal, ele deverá prestar depoimento durante o inquérito policial. Vítimas e testemunhas também serão localizadas e interrogadas.
Ernani está afastado há três anos do antigo mosteiro Santíssima Trindade e exerce, atualmente, a profissão de psicanalista na cidade de Franca, em São Paulo.
O caso
Ao todo, 19 pessoas dizem terem sido vítimas de Ernani Maia dos Reis, líder do Mosteiro Santíssima Trindade. Oito homens, com idades entre 20 e 40 anos relatam abuso sexual. Além disso, 11 mulheres foram vítimas de assédio moral, com constrangimentos e agressões verbais.
Testemunhas afirmaram que o acusado usava da condição de padre para se intitular "pai", como gostava de ser chamado. Além disso, ele oferecia "sessões de psicanálise" para ficar mais perto das vítimas.
As oito vítimas masculinas de ataques sexuais relataram que ele se apresentava em roupas íntimas, ao começar o assédio na "casinha" - como sua residência era chamada. O padre tinha um padrão de abordagem, de acordo com os relatos: um convite para ver um filme, assistir a um programa de TV ou tomar um banho quente, regalias que não existiam na vida monástica. Os encontros, na maioria das vezes, também envolviam bebida alcoólica como vinho, uísque, cerveja ou cachaça.
Uma das vítimas afirmou ao portal que, certa vez, procurou Ernani para conversar sobre conflitos entre a vocação sacerdotal ou matrimonial. Em resposta, o padre teria dito que o monge era gay e colocado a mão sobre suas partes íntimas. "Você está precisando disso aqui, de pinto", afirmou ele, segundo a testemunha.
Os relatos de crimes sexuais atribuídos a Ernani chegaram ao conhecimento da Igreja Católica por meio de investigações internas, mas o padre só foi afastado depois que ele mesmo pediu para sair do mosteiro, em agosto de 2018, alegando "cansaço" e "crise vocacional".
Uma das vítimas afirmou ao portal que, certa vez, procurou Ernani para conversar sobre conflitos entre a vocação sacerdotal ou matrimonial. Em resposta, o padre teria dito que o monge era gay e colocado a mão sobre suas partes íntimas. "Você está precisando disso aqui, de pinto", afirmou ele, segundo a testemunha.
Os relatos de crimes sexuais atribuídos a Ernani chegaram ao conhecimento da Igreja Católica por meio de investigações internas, mas o padre só foi afastado depois que ele mesmo pediu para sair do mosteiro, em agosto de 2018, alegando "cansaço" e "crise vocacional".
Ernani Maia negou as acusações, mas se recusou a responder questões dos jornalistas durante a reportagem.
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