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Publicado 18/10/2021 08:16
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta aberta à Assembleia Legislativa de São Paulo pedindo a punição do deputado Frederico d’Avila (PSL) após ataques à representantes da Igreja Católica como o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes. O parlamentar os chamou de “pedófilos”, “vagabundos” e “safados'".
A entidade avisou também que acionará a Justiça para que o bolsonarista esclareça as acusações, informa a Folha de São Paulo. Na carta divulgada neste domingo, a CNBB pede ao presidente da Assembleia, Carlão Pignatari, que a Casa adote medidas contra d’Avila.
“A CNBB tratará esse assunto grave nos parâmetros judiciais cabíveis. As ofensas e acusações, proferidas pelo parlamentar, protagonista desse lastimável espetáculo, serão objeto de sua interpelação para que sejam esclarecidas e provadas nas instâncias que salvaguardam a verdade e o bem, de modo exigente nos termos da lei”, de acordo com a carta.
Os ataques foram feitos durante um discurso na Alesp em 14 de outubro, após a missa do feriado de 12 de outubro em que o arcebispo pediu uma pátria "amada e não armada". O deputado rebateu.
“Seu vagabundo, safado da CNBB, dando recadinho para o presidente [Jair Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha, seu safado”, afirmou na tribuna da Assembleia.
“Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito e do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos, safados. A CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”, disse.
A CNBB cobra "correção exemplar" mediante a "credibilidade" da Alesp.
"Com ódio descontrolado, o parlamentar atacou o Santo Padre o Papa Francisco, a CNBB, e particularmente o Exmo. e Revmo. Sr. Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. Feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes”, segundo a carta.
“A CNBB, respeitosamente, espera dessa egrégia casa legislativa, confiando na sua credibilidade, medidas internas eficazes, legais e regimentais, para que esse ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade —sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrática e civilizada”, afirma a CNBB.
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