Estudo mostra alta eficácia da vacina da Janssen contra variante Delta da covid-19Adilson Santos/Secom.
Publicado 16/11/2021 19:47 | Atualizado 17/11/2021 19:47
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira, 16, que os brasileiros que tomaram a vacina da Janssen contra covid-19 terão que receber a segunda dose do imunizante, administrado em dose única. A aplicação deverá ser feita dois meses após a primeira dose. Após cinco meses, os vacinados com a Janssen receberão a segunda dose. Especialistas explicam o motivo dessa medida e falam sobre a possibilidade da dose anual da vacina conta o coronavírus.
Alberto Chebabo, infectologista do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP), explicou que mesmo que o imunizante da Janssen tenha sido anunciado como dose única, o seu fabricante recomenda que uma segunda dose para garantir o reforço da imunização.
"De acordo com os dados da própria fabricante da vacina, e dos Estados Unidos, onde a vacina foi mais aplicada, dizem que a vacina perde proteção com apenas uma dose. Além da implicância da variante delta, que pede esse reforço. É muito importante que esse sistema seja suplementado, de acordo a orientação do fabricante", afirmou o doutor.
Chebabo disse ainda que não há como afirmar que a população terá que se vacinar anualmente, mas que é necessário aguardar uma análise. "Não há como afirmar se será necessário a dose anual da vacina sem o tempo necessário pra fazer uma avaliação. Já sabemos que depois de seis há oito meses, existe uma perda de proteção. No entanto, depois dessas primeiras doses, terá que ser analisado qual é o tempo de proteção que a população vai ter nos próximos meses para poder dizer se essa dose anual é válida", concluiu.
Segundo o professor e coordenador do curso de Biomedicina do Centro Universitário IBMR, Raphael Rangel, é muito possível que a vacina contra a covid-19 ocorra anualmente, porém só o tempo poderá determinar essa medida. "É muito possível que anualmente nós venhamos a ter a vacinação de covid, mas o que vai determinar isso de fato é o tempo. O tempo e a duração do efeito da vacina vão ser determinantes para os estudos, e só assim, saberemos se haverá a necessidade dessa mudança no calendário de vacinação", disse.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a quantidade de vacinas da Janssen aplicadas no país foi pequena e que há imunizantes suficientes para a segunda dose. "No início, a recomendação era que essa vacina fosse de dose única. Hoje, nós sabemos que é necessária essa proteção adicional. Esses que tomaram a vacina da Janssen vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante", afirmou o ministro.
"Lá na frente, a sequência é: completou cinco meses da segunda dose, receberá uma dose de reforço, preferencialmente, com a vacina diferente, uma vacinação heteróloga", acrescentou Queiroga.
De acordo com a secretária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, o Ministério da Saúde vai seguir a recomendação do Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, e aplicar a segunda dose da Janssen dois meses após a primeira aplicação. A secretária disse que as vacinas chegaram nesta segunda-feira, 15, e devem ser distribuídas a partir de sexta-feira, 19, "com todas as orientações".
"Quem tomou a Janssen completará o esquema vacinal. Embora esteja na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uma dose única, compete a nós (Ministério da Saúde) as definições", disse. "A Janssen chegou aqui para nós em junho, julho. Estamos no tempo esperado".
*Estagiária sob supervisão de Marina Cardoso e colaboração de Letícia Moura
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