Publicado 16/11/2021 20:03
O PSDB manteve a data original das prévias para a escolha de seu candidato à Presidência da República em 2022. A disputa vai ocorrer mesmo no domingo, 21. O martelo foi batido em reunião nesta terça, 16, após troca de acusações entre as campanhas dos governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) sobre um pedido de adiamento feito por aliados do gaúcho. O ex-senador Arthur Virgílio também está inscrito. Ao todo, 44.700 filiados poderão participar do processo de forma remota ou presencial.
A reunião desta terça foi motivada por uma discordância entre as campanhas de Leite e Doria a respeito do uso do aplicativo desenvolvido pelo partido para que os filiados sem mandato possam votar. Na noite desta segunda, 15, o deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, pediu o adiamento diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurg).
Desde que o aplicativo foi lançado surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou na semana passada que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o app por terem celulares antigos, sem memória ou mesmo por não terem pacotes dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos.
Para garantir o maior número de adesões, o diretório do PSDB da capital, que está fechado com Doria, montou um mutirão com 20 voluntários para orientar as pessoas sobre como utilizar o aplicativo ao longo do final de semana. Cerca de 70 pessoas participaram do trabalho. A campanha de Leite fez o mesmo, oferecendo uma estrutura de apoio para quem tinha dificuldades em acessar o sistema.
O PSDB reforça que o app é seguro. De acordo com a executiva nacional, houve um processo de aperfeiçoamento realizado nos últimos 20 dias, quando foram identificados 43 ataques a perfis tucanos cadastrados no período.
Durante a reunião, a equipe de Leite não insistiu no adiamento. O governador gaúcho reagiu nas redes à tentativa de aliados, dizendo que não tinham o seu consentimento. Nesta segunda, ao tomar conhecimento da presença de Doria em Porto Alegre - o governador paulista janta hoje com empresários gaúchos que o apoiam -, Leite usou novamente a internet, mas, desta vez, com ironia. Disse que não pôde recebê-lo no aeroporto pois ambos têm estilos diferentes de ação política e acentuou que estava no Palácio Piratini, ou seja, trabalhando.
Doria ainda não se manifestou oficialmente após o PSDB descartar o adiamento. Mais cedo, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, afirmou que a campanha do governador não aceitaria nenhuma estratégia de última hora.
De acordo com as regras da prévias, somente os 700 mandatários (governadores, prefeitos, vices, senadores, deputados, o presidente e ex-presidentes da Executiva Nacional) poderão votar presencialmente em Brasília no domingo. O partido usará urnas eletrônicas oferecidas e auditadas pela Justiça Eleitoral. Vereadores e filiados em todo o País votarão pelo aplicativo Prévias PSDB.
Todo o processo de eleição, tanto presencial quanto pelo aplicativo, será fortemente monitorado pelo partido, pelas campanhas e por auditorias externas. A transparência e a segurança da votação estarão garantidas, de acordo com a direção nacional. A previsão é que o resultado de vitória ou de realização de um segundo turno seja divulgado algumas horas após o encerramento da votação.
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