Publicado 18/11/2021 09:13 | Atualizado 18/11/2021 20:06
A Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo bispo Edir Macedo, é acusada de retirar ilegalmente de Angola, na África, US$ 30 milhões, ou R$ 166 milhões, na cotação atual, a cada três meses. As denúncias foram realizadas por bispos angolanos que se rebelaram contra a instituição e denunciaram a alta cúpula da igreja às autoridades locais.
Segundo as informações do portal Uol, o ex-diretor da TV Record África, e também pastor, Fernando Henriques Teixeira seria o operador responsável pela retirada do dinheiro ilegal. Anualmente, um total de US$ 120 milhões (R$ 664 milhões, na cotação atual) eram desviados e o esquema teria sido praticado durante os últimos 11 anos.
Armando Tavares, ex-bispo angolano da igreja, utilizou uma metáfora para explicar o que ocorria na instituição religiosa: "A imagem para representar o que acontecia em Angola era a de um saco sem fundo: tudo o que entrava, saía".
Depoentes afirmaram também que "os valores eram retirados da tesouraria da igreja e levado para a TV Record. Era mais fácil para um diretor da emissora fazer essas operações do que um pastor normal. O pastor tem uma visibilidade mais ampla no púlpito. Muita gente conhece o pastor, mas não conhece os diretores da Record".
João Bartolomeu, outro bispo que participou do movimento angolano contra a igreja Universal, acusa a rede de televisão de cometer crime de evasão de divisas. "Existem várias maneiras de fazer sair o dinheiro. Dependendo das regras de limite em cada um, eles mandam viajar para vários países. Se precisassem levar US$ 200 mil para a África do Sul, cada fiel saía com US$ 15 mil. Imaginem 50 pastores e 50 esposas viajando cada um com US$ 15 mil. Podia ser simulada uma caravana, uma conferência na África do Sul ou uma inauguração na catedral de Soweto, por exemplo. Esse procedimento pode ser enquadrado como enriquecimento ilícito. E isso também em Angola é crime. São recursos de uma instituição coletiva desviados para fins pessoais".
Em nota, a assessoria de imprensa da Igreja Universal em Angola desmentiu as acusações e declarou que todas as ofertas recebidas são declaradas.
"É totalmente falsa esta questão. É totalmente sem fundamento. Isto é uma versão levantada por estes ex-pastores e pastores de dissidências com o objetivo de tomar a igreja. Eles criaram a sua versão a fim de tomar a igreja, uma vez que é um crime. Todas as ofertas da igreja são totalmente declaradas aqui para o Estado e a esta versão que os dissidentes levantaram é totalmente infundada".
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